quinta-feira, maio 10, 2012

Assim se vê a força (e a garra) do PS


Fernando Gomes, antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, ex-ministro da Administração Interna e vogal do Conselho de Administração da Galp, é o mandatário da candidatura de Guilherme Pinto à Distrital do PS/Porto.


Ainda me recordo que, no dia 19 de Junho de 2009, 22 ex-vereadores de Narciso Miranda na Câmara Municipal de Matosinhos (Portugal) manifestam, num jantar, o seu apoio a Guilherme Pinto.

Foi um significativo apoio. Quando se está habituado a ter uma ligação directa entre o cérebro e a barriga, o resultado não poderia ser outro. Na altura, Monteiro da Mota, um dos ex-autarcas de Matosinhos, disse à agência Lusa que "por algum motivo somente dois dos vereadores de Narciso Miranda não estavam nesse jantar", considerando que Guilherme Pinto "significa a renovação".

Nesse tempo, como hoje, é tudo uma questão de volumetria do tacho. Se Guilherme Pinto significava renovação, então Matosinhos continuará a julgar que avança embora esteja sempre (na melhor das hipóteses) no mesmo sítio.

De facto, o importante é estar sempre junto de quem está no poleiro, custe o que custar, mesmo que o prazo de validade tenha de ser adulterado a favor da manutenção do tacho.

Monteiro da Mota sublinhou que "o apoio a Guilherme Pinto nada tinha  ver com as relações afectivas que cada um possa ter com Narciso Miranda", com quem, disse, continuava a ter uma "excelente relação". Uau. E se com uma "excelente relação" é assim...

Quanto a Fernando Gomes, recordando de passagem que, na anterior legislatura, Paulo Portas criticou o vencimento de 624 mil euros que o presidente da TAP tinha em 2009, "mais do dobro do que recebeu Barack Obama" e o do presidente da Caixa Geral de Depósitos que ganhou "mais do dobro de Angela Merkel", é um político de topo e um gestor com créditos firmados, como atesta a remuneração de 515 mil euros, contando com PPR e remunerações variáveis, recebida o ano passado.

É, igualmente, um dos mais condecorados e louvados portugueses: Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique,   Grã-Cruz Ordem Rio Branco da R. F. do Brasil, Grande Oficial Ordem Orange Nassau dos Países Baixos, Grande Oficial Cruzeiro do Sul, da R. F. do Brasil, Comendador da Legião de Honra da República Francesa, Prémio Bordalo - Poder Local, da Casa da Imprensa, como Autarca do Ano em 1992 e em 1997, Medalha de Mérito Ordem Guarapapes - Pernambuco – Brasil, Cruz Vermelha de Benemerência, Medalha de Honra da Cidade do Porto, Medalha de Ouro da Cidade de Vila do Conde, Medalha de Ouro da Cidade de Vila Nova de Gaia, e Comendador Ordem Mérito da R. F. Alemanha.

Com este mandatário, Guilherme Pinto tem as favas contadas para a eleição à presidência da distrital do Porto do PS.

Das muitas emblemáticas obras de Guilherme Pinto em Matosinhos importa realçar, por exemplo, a cedência, em regime de utilização, de uma propriedade municipal de 26 mil metros quadrados à empresa que monta, ou montava, os computadores Magalhães (JP Sá Couto), apresentados ao mundo pelo seu melhor “vendedor”, o então primeiro-ministro, José Sócrates.

Relembre-se ainda que, em Agosto de 2009,  a vereadora Luísa Salgueiro, que substituía Guilherme Pinto, que estava de férias, afirmou que o protocolo que formalizava a cedência do terreno, previa a criação, nas novas instalações, de 320 postos de trabalho estável por parte da JP Sá Couto.

Mais recentemente, quis – ou quer - acabar com os fogareiros de rua que dão a Matosinhos a identidade que Guilherme Pinto nunca compreenderá, como afirma o meu amigo Hernâni Von Doellinger, e que são, aliás, a imagem de marca e o abono de família dos restaurantes da cidade.

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