O porta-voz
do da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Morujão, defendeu hoje em Fátima
que a Igreja Católica precisa de mais apoio do Governo para garantir ajuda às pessoas
na actual crise.
Crise? Qual
crise? Ah! A dos portugueses de segunda, onde se incluem um milhão e duzentos
mil desempregados, 20% de pobres e outros tantos que já não sabem para que
servem os pratos.
Mas esses,
como bem sabe Manuel Morujão, não são propriamente portugueses. Portugueses de
pleno direito são cidadãos do tipo Cavaco Silva, Joaquim Pina Moura, Jorge
Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro, Fernando Gomes, António Vitorino,
Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira Amaral, António Castro Guerra, Joaquim
Ferreira do Amaral, Filipe Baptista, Ascenso Simões, António Mexia, Faria de
Oliveira ou Eduardo Catroga.
No final do
Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que hoje reuniu
em Fátima, o padre recordou o caso denunciado pela União das Misericórdias
Portuguesas (UMP), cujo presidente acusou recentemente o Ministério da Saúde de
não honrar as suas obrigações e admitiu existirem instituições em situação de
ruptura e com salários em atraso.
"As
Misericórdias estão a ter graves dificuldades em responder - nas suas obras
sociais - às pessoas que lhe batem à porta porque não têm chegado as verbas
prometidas pelo Estado. Não vemos aí má vontade, mas queremos uma vontade mais
cooperante para que a Igreja possa responder a essas urgências sociais",
afirmou Manuel Morujão.
Pois. Não é
má vontade. É apenas a velha tendência dos países, ou renos, esclavagistas para
serem fortes com os fracos. E quanto mais fracos forem… melhor! Importa,
contudo, esclarecer que o governo português até é solidário com os seus
escravos. Sabendo que muitos passam fome, Pedro Passos Coelho e a sua comandita
até fazem greve de fome. Entre as refeições, entenda-se.
Enquanto os
portugueses de segunda se pelam por um prato de comida, nem que seja de farelo,
os donos do reino refastelam-se com trufas pretas, caranguejos gigantes,
cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha
com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e
amêndoas caramelizadas, com cinco vinhos diferentes, entre os quais um
Château-Grillet 2005.
O porta-voz
da CEP sublinhou que "o Estado terá de olhar para aqueles que estão no
terreno, próximo das pessoas, a ajudar a ultrapassar a crise", desejando
que o Governo "ponha em prática a boa vontade manifestada".
É verdade. O
Estado deveria andar no terreno. Mas isso era se o Estado fosse uma instituição
de bem. Aliás, os donos do reino não se rebaixam a ponto de andar junto do
povo, dos escravos. Eles estão acima desse gente que consideram escumalha.
O padre
aproveitou para dizer que "a crise tem credibilizado a Igreja pelas suas
múltiplas instituições sociais" precisamente porque "tem estado perto
daqueles que precisam". Por outras palavras, tem descredibilizado o Estado
porque ele não anda “perto daqueles que precisam”.
Como dizia,
embora a outro propósito, Frei João Domingos, "não nos podemos calar mesmo
que nos custe a vida". Eu acrescentaria que, apesar de tudo, Passos Coelho
estabeleceu outras etapas antes da pena capital. O desemprego, os impostos, as
reformas fechadas, o roubo dos subsídios
são alguns exemplos. Todos eles podem, contudo, resumir-se na grande
meta do governo, que é a de pôr os portugueses a viver sem comer.
Adaptando de
novo, e tantas vezes quantas forem preciso, Frei João Domingos, em Portugal
"muitos governantes, gestores, administradores, políticos e similares têm
grandes carros, numerosas amantes, muita riqueza roubada ao povo, são
aparentemente reluzentes mas estão podres por dentro".
Mas esses,
apesar de podres por dentro, continuam a viver à grande e à PSD, enquanto o
Povo se prepara para morrer de fome e de falta de assistência médica. O tempo
em que o mais importante era resolver os problemas do povo, já lá vai. Os políticos anteriores preparam o
cemitério e Passos Coelho deu-lhe o
golpe de misericórdia.
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