Depois do
êxito daquela coisa a que chamam “Magalhães”, e de outras similares, creio que a
solução para a crise de Portugal passa por exportar espiões e relvas.
Se até há
países como Angola que compram limpa neves, creio que Portugal teria sucesso na
venda dos Silvas Carvalhos e Miguéis Relvas,
nem que para isso fosse necessário pôr a Fátima Campos Ferreira a fazer um
programa da RTP a partir de Luanda.
Recordo-me
das parangonas lusas quando, ao abrigo de um acordo bilateral assinado em
Lisboa no dia 6 de Maio de 2009, ficou estabelecido que Portugal ia exportar
para o Peru alguns dos programas de modernização do sistema de Justiça
adoptados nos últimos anos, como a Pulseira Electrónica, a Empresa na Hora ou
Citius.
E se já
nessa altura, então sob o pontificado de José Sócrates, a economia portuguesa
começava a ser salva, creio que com a venda – com carácter definitivo e sem
retorno – de espiões e relvas o país alcançaria o êxito total.
"São
experiências inovadoras que correm bem e que nós gostamos de partilhar com os
nossos amigos. E constantemente ouvimos referências a boas práticas e inovações
de outros países, o que permite um intercâmbio de vantagens recíprocas
asseguradas", afirmou na altura o ministro português da Justiça, Alberto
Costa, após a cerimónia de assinatura do memorando de entendimento para
cooperação com o Peru.
Pois. E se na
altura os portugueses não tinham razões para duvidar do sumo pontífice do Governo, José Sócrates, certamente que agora menos teriam com a descoberta destes novos nichos de mercado, onde espiões e relvas são um mero exemplo. Mero mas de
peso, acrescente-se.
Pela
República do Peru, o acordo foi então firmado pela ministra Rosário Figueroa,
que esteve em Lisboa para a reunião da Comissão Delegada da Conferência de
Ministros da Justiça dos Países Ibero-americanos, a que Portugal presidiu entre
2008 e 2010.
O documento
estabelecia a cooperação na constituição imediata de sociedades comerciais, em
atendimento presencial único, semelhante ao projecto “Empresa na Hora”, e
monitorização electrónica de condenados, como a “Vigilância Electrónica” usada
em Portugal.
É claro que,
no caso da venda de espiões e relvas, Portugal poderia incluir no pacote, como
bónus, também umas pulseiras electrónicas, mesmo dessas que os chineses vendem
por tuta-e-meia.
No acordo
com o Peru era igualmente incluído o modelo "Citius", de ferramentas
informáticas de trabalho para magistrados e funcionários judiciais e
formulários processuais e documentos electrónicos, visando a desmaterialização
de processos. Cá para mim seria também de incluir este modelo no pacote dos
espiões e relvas.
Como os
portugueses constatam, tudo o que fazia parte do pacote peruano são coisas que
funcionam às mil maravilhas nas ocidentais praias lusitanas a norte, embora
cada vez mais a sul, de Marrocos.
Sem comentários:
Enviar um comentário