A CASA-CE (Convergência
Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral) analisa em comunicado que a seguir se transcreve na íntegra o Dia Mundial da
Liberdade de Imprensa que hoje se comemora.
“O dia 03 de
Maio foi declarado Dia Mundial da Liberdade de Imprensa pela Decisão 48/432, de
20 de Dezembro de 1993, aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Foi
escolhido este dia (03 de Maio) por se tratar da data do aniversário da
Declaração de Windhoek aprovada durante um Seminário organizado pela UNESCO
sobre a "Promoção da Independência e do Pluralismo da Imprensa
Africana", que se realizou em Windhoek, Namíbia, de 29 de Abril a 03 de
Maio de 1991.
A CASA-CE
destaca nessa declaração os dois pontos fundamentais da Declaração de Whindoek,
que, de resto, estão constantemente a ser atropelados por muitos regimes, mesmo
alguns que se consideram democráticos e, no caso, Angola, infelizmente, ainda
não foge a essa triste regra.
1 - A
liberdade, a independência e o pluralismo dos media são os princípios
essenciais para a democracia e os direitos humanos.
2 - Todo o
homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar receber e
transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de
fronteiras.”
Em Angola a
CASA-CE está ciente de que no sector da comunicação social, e em particular nas
Redacções, os jornalistas sentem cada vez mais os efeitos de uma violenta
ofensiva contra os seus direitos – e sobretudo o direito a estabilidade e a
segurança no emprego – , à boleia de uma crise que também afecta as empresas
jornalísticas públicas mas que não pode ser desculpa para más práticas, nem
pretexto para despedimentos.
Uma rápida
leitura pelas fontes de informação mais acessíveis denuncia um incremento da
violência contra certos jornalistas angolanos, principalmente os comprometidos
com a imparcialidade, o rigor e a isenção profissional, bem como alguns
técnicos dos media e pessoal associado.
A CASA – CE
acredita haver especial impacto nas zonas de conflito e pós-conflito (como o
Congo Democrático, a Coté D’ivoir, o Uganda, o Sudão, a Nigéria, o Sudão do
Sul, o Iraque, a Líbia, a Síria, Cuba, Venezuela e a Rússia, por exemplo), onde
a violência tem atingido níveis preocupantes e apresenta-se como uma das
principais ameaças à liberdade de expressão.
Em Angola,
onde reina a liberdade de fachada, sendo as críticas mais acerbas levadas para
o campo das represálias, que sem tardar recairão sobre quem tiver a coragem de
denunciar todas as violações da lei com o acordo evidente do Executivo
angolano, sempre deram argumentos a autênticos assassinos que matam e sempre
ficam impunes. Sempre.
A CASA-CE
apoia os jornalistas (tal como todas as outras pessoas ligadas à recolha e
divulgação de informação) que desenvolvem um serviço indispensável, digno de
louvor, respeito e protecção, assegurando o direito de qualquer cidadão a uma
informação plural e diversificada. Neste sentido, qualquer agressão a um
jornalista, é uma agressão directa a este nosso direito, fundamental para um
contexto sócio-político saudável e próspero.
Por fim, a
CASA-CE, resumindo e concluindo, considera ser essencial o acesso aos novos
progressos tecnológicos de moda a que todo o cidadão veja satisfeito o seu
direito a viver informado em plena liberdade. Mas alerta para a necessidade de
nos empenharmos na concretização de um mínimo de segurança para o trabalho por
detrás desta liberdade.
No sector da
comunicação social, e em particular nas Redacções, os jornalistas sentem cada
vez mais os efeitos de uma violenta ofensiva contra os seus direitos, e sobre
eles pesa cada vez mais a ameaça de morte, de esbulho de meios de trabalho, de
requisições e confiscos abusivos de material informático, de interdições de
acesso a fontes oficiais, de desprezo, de arrogância e de corte de publicidade
por motivações políticas.
De tudo o
que mais se poderia dizer, terminamos citando as palavras da UNESCO, presentes
numa comunicação por ocasião do Dia da Liberdade de Imprensa (a 03 de Maio de
2007):
“A
celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa dá-nos oportunidade para
reflectirmos sobre os meios de difusão dos valores que respeitam o papel
essencial que os media desempenham na promoção de uma paz duradoura, da
democracia e do desenvolvimento. Prestemos homenagem aos profissionais dos
media que perderam a vida e saudemos aqueles que nos fornecem a informação
apesar dos riscos e dos perigos. Estejamos, antes de mais, bem conscientes de
que existe uma ligação estreita entre a garantia da segurança dos jornalistas e
o exercício das nossas próprias liberdades. Para podermos agir como cidadãos do
mundo informados, é necessário que os media possam trabalhar livremente e com
toda a segurança”.
Esse será um
objectivo a implantar por um Governo da CASA - CE.”
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