domingo, maio 06, 2012

Manuel Pizarro recandidato do PS


O presidente da concelhia do Porto do PS, Manuel Pizarro, que apresentou ontem a sua recandidatura ao cargo, propôs uma coligação com “outras forças de esquerda” nas eleições autárquicas de 2013.

Assistiram à apresentação da recandidatura de Manuel Pizarro, várias dezenas de militantes e não militantes, como os escritores Manuel António Pina e Álvaro Magalhães e o psiquiatra Júlio Machado Vaz.

Entre os apoiantes contavam-se também os dois candidatos à Federação Distrital socialista, Guilherme Pinto e José Luís Carneiro, Francisco Assis e os seis presidentes de junta socialistas, entre outros.

Quando se candidatou a este cargo pela primeira vez, 6 de Março de 2010, fui convidado e estive lá. Na altura escrevi que estive com prazer e com esperança mas, ingenuamente e fundamentado num relacionamento pessoal de muitos anos, tratei o Manuel Pizarro como meu amigo. Erro crasso.

Pelo que hoje sei e baseado nos que ontem estiveram na apresentação, amigos como eu o Manuel Pizarro dispensa-os. Reconheço que é, aliás, legítimo e lógico que o faça. Amigos, ao que parece, são aqueles que gravitam junto de algum tipo de poder.

Apesar da minha desclassificação, continuo a pensar que vale a pena acreditar em quem vive para servir, como é o caso do Manuel Pizarro.

Ele sabe que não foi com o meu voto que o Partido Socialista de José Sócrates conseguiu ser governo. Talvez por isso eu tenha apenas meia dúzia (é pouco, mas já não é mau) de amigos no PS. Amigos dos que não medem a amizade em função dos lugares ocupados pelos seus amigos. São amigos e pronto.

O  Manuel Pizarro tem, além de muitas outras qualidades, uma apurada visão da causa pública. É verdade que ele não ficou assim quando foi para o PS, é assim desde nascença. É claro também que ele sabe que na sociedade portuguesa é mais importante, muito mais, parecer do que ser. É com os que parecem que se ganham eleições.

É com os que nos assassinam pelo elogio que se faz a política em Portugal. Os que nos salvam pela crítica não servem, ou servem apenas durante um período curto.

Apesar das excepções, Manuel Pizarro continua rodeado de gente disposta a estender-lhe a mão se, eventualmente, cair ao tropeçar numa das muitas pedras que o esperam. Esses, como sempre, estão na primeira linha. Só aí conseguem ser vistos.

Os outros, os que retiram a pedra antes do Manuel Pizarro tropeçar, ou estiveram nas filas de trás (para verem) ou nem sequer foram convidados para a sessão.

Hoje, ao saber da apresentação, lembrei-me de tudo isto e por isso não condeno todos aqueles que se colam ao candidato. Muitos deles são, aliás, peritos nessa matéria. Estão sempre junto de quem julgam que possa vencer.

Lembrei-me ainda de um outro aviso. “Também tu lá vais chegar”, garante um amigo meu que não acredita que eu seja capaz de continuar a viver sem comer. Se calhar até tem razão. Mas ainda não foi desta.

Mas enquanto isso não acontece, continuarei a armar-me em idiota diante dos idiotas que se armam em inteligentes. Não enche barriga, não paga as contas, mas conforta a alma.

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