Direcção do
jornal Público, Conselho de Redacção e Miguel Relvas juntaram-se à esquina a
tocar concertina e a dançar o solidó.
A direcção
do jornal considera "inaceitável" um comunicado do Conselho de Redacção,
que acusa Miguel Relvas de pressionar o jornal. Apesar disso, confirma que o
ministro telefonou para a editora de política, o que levou a directora, Bárbara
Reis, a protestar junto do governante.
Entretanto,
lá em cima está o tiro-liro-lito, cá embaixo está o tiro-liro-ló. Juntaram-se
os dois na esquina a tocar a concertina, a dançar do solidó.
Em
comunicado, a direcção do "Público" diz-se "surpreendida"
com a divulgação de um texto dos membros eleitos do Conselho de Redacção,
qualificando-o de "inaceitável" e "uma manipulação intolerável
dos factos".
Comadre, ai
minha comadre! Eu gosto da sua pequena! É bonita, apresenta-se bem, parece que
tem a face morena!
A direção do
Público diz que no dia seguinte à audição parlamentar do ministro Miguel
Relvas, a jornalista Maria José Oliveira enviou uma série de perguntas ao
ministro e que, face à ausência de resposta, vários editores consideraram não
haver motivo para publicar alguma coisa sobre o tema.
No entanto,
a direção do jornal confirma que soube, posteriormente a essas decisões
editoriais, que o ministro Miguel Relvas telefonou à editora de política.
Comadre, ai
minha comadre! Eu gosto da sua afilhada! É bonita, apresenta-se bem, parece que
tem a face rosada!
A direcção
do jornal consultou então o advogado, Francisco Teixeira da Mota, sobre se esse
contacto de Miguel Relvas configuraria alguma violação da lei, recebendo
resposta negativa.
"A
seguir a essa consulta, a directora do jornal, Bárbara Reis, protestou junto do
ministro Miguel Relvas por ter exercido uma pressão que toda a direcção considera
inaceitável", lê-se na nota da direção do "Público".
O jornal
tomou, no entanto, a decisão de não revelar publicamente estes factos, por só
revelar pressões que configurem um acto ilegal.
"O
ministro [Miguel Relvas] desmente categoricamente qualquer tipo de
ameaça", afirmou ao DN uma fonte do seu gabinete, confrontada com as
acusações de que foi alvo num comunicado do Conselho de Redacção do Público.
É uma casa
portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa!
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