sexta-feira, maio 18, 2012

O conselho de um conhecido!


Hoje, um conhecido que durante anos julguei ser amigo, por sinal militante do PSD, disse-me que se calhar o melhor era eu emigrar.

Se calhar até tem razão. Aliás, este foi um daqueles que ajudou a aumentar substancialmente a minha colecção de… promessas. Ele, como muitos outros, sentem – sobretudo escudados no calor da noite e na penumbra das pérolas negras do reino - um orgasmo especial quando gozam com a chipala dos que precisam.

Com a desfaçatez própria de uma formação superior feita na universidade da JSD (embora tenha passado pela da JS), citou-me a tese do sipaio e secretário de Estado da Juventude, Alexandre Miguel Mestre, recentemente corroborada pelo chefe do posto Passos Coelho, de que ninguém (com a óbvia excepção dos invertebrados do partido) pode ficar acomodado.

Esse meu conhecido, mau grado a sua vasta militância no bordel partidário, continua a confundir (e por isso está em alta, mesmo  que de cócoras) as esquinas da vida por onde andam, involuntariamente, jovens e não jovens, com a vida pelas esquinas onde por regra assentam arraiais os donos do reino.

Que a sua “zona de conforto” parece ser sólida, isso parece. Está salvo de ter filhos (não tem tomates) que possam passar pelo que hoje  passam os jovens, não pode ser responsabilizado por nada porque se limita a reproduzir as ordens, dá tudo (já não usa vaselina, tal é a prática)  o que tem para agradar ao chefe e evita contar até 12… para não ter de se descalçar.

Que aos patrões desse meu conhecido dava muito jeito pôr a andar o milhão e duzentos mil desempregados, isso dava. Tal como dava que os 20% que procuram viver sem comer passassem para o outro lado.

"Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras", declarou o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, hoje citado com uma reverência canina por esse meu amigo.

Recordando-lhe que a barriga vazia pode prejudicar, mas nunca conseguirá retirar (a quem a tem, entenda-se) a coluna vertebral, disse-lhe que fosse gozar com o caralho.

Mais ortodoxo e eficaz seria, na verdade, apanhá-lo numa das esquinas do país, à saída dos típicos restaurantes onde se delira com a vida dos escravos,  e dar-lhe uma marretada nos cornos. É, aliás, uma hipótese em aberto.

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