segunda-feira, maio 21, 2012

Ramos-Horta andou a gozar à grande com a esquelética e faminta chipala dos portugas!


Embora a ideia já tivesse sido manifestada a 14 de Janeiro do ano passado, Ramos-Horta reiterou em Março desse ano que Timor-Leste queria ajudar Portugal, não o fazendo por filantropia mas numa perspectiva de um bom negócio.

O então presidente dever ter-se esquecido de dar continuidade ao assunto. Agora, o sucessor de Ramos-Horta, Taur Matan Ruak, esclareceu que o assunto nunca foi discutido. Chatice.

Ninguém se lembrou de perguntar a Ramos-Horta se tinha estado a gozar com a chipala dos portugueses. Aliás, nem isso era importante. Desde 2005 o dinheiro do petróleo já fez entrar mais de dez mil milhões de dólares nos cofres do Estado timorense. Já que não dão de comer a quem em Timor-Leste tem fome (e são muitos milhares) bem poderiam dar uma mãozinha aos irmãos portugueses que também estão de barriga vazia.

Ao contrário do que se dizia há cerca de um ano, Timor-Leste pode,  mas pelos vistos  não quer, ajudar a resolver grande parte das necessidades de financiamento de Portugal. Até mesmo a sacerdotal ideia de Ramos-Horta de ser criada  uma aliança com Angola e o Brasil para compra de dívida soberana portuguesa, a juros mais baixos, teve seguidores.

A proposta de Ramos-Horta era, aliás, muito simples: uma venda directa da dívida portuguesa ao Brasil, Angola e Timor, com taxas de juro abaixo das que têm estado a ser praticadas. Na altura manifestei o meu cepticismo quanto ao interesse do Brasil, mas acreditei que dentro da sua estratégia de compra de Portugal, a retalho ou por atacado, Angola estaria disponível para pôr alguma coisa na mão dos portugueses que andam de cócoras e de mão estendida.

No caso de Angola não se poderá falar das instituições financeiras mas, é claro, do clã Eduardo dos Santos. Mas, do ponto de vista português, o que importa não é quem é o dono do dinheiro mas, isso sim, o dinheiro.

“O que eu proponho seria uma medida conjunta, mas a novidade aqui é que nós compraríamos abaixo o juro que os mercados impõem a Portugal. Poderíamos dizer: estamos a ajudar Portugal, mas estamos a ajudar-nos a nós próprios e estamos a moralizar e a impor um pouco de controlo nos meios financeiros do mercado,” afirmou Ramos-Horta, mostrando – dizia ele - como é possível ganhar... ajudando.

Para Timor pode ser, como continua a ser, um bom negócio, seja por diversificar o mercado, seja por conseguir melhores dividendos do que os que são pagos pelos fundos norte-americanos, onde os timorenses têm 90% do seu fundo do petróleo investido.

“Mau negócio é o nosso investimento no juro americano que é menos de 3%: mais inflação e mais depreciação do dólar. Estávamos a perder dinheiro”, explicava em Janeiro de 2011  Ramos-Horta.

Mas já nessa altura, apesar da boa intenção de Timor, não se tinha a certeza se a medicação chegaria a tempo de salvar o doente (Portugal). É que a actual lei sobre o fundo petrolífero obrigava a que pelo menos 90% dos proveitos do petróleo sejam investidos em títulos do tesouro norte-americanos.

Seja como for, quando Taur Matan Ruak for substituído na Presidência, o seu sucessor voltará a dizer que o assunto nunca foi discutido.

Portugal também continuará pouco preocupado com isso. É que não será Cavaco Silva, nem os seus actuais vassalos de Passos Coelho, a pagar a factura. Essa terá de ser paga por aqueles que nada tiveram a ver com a dívida e que, se calhar, serão os últimos a fechar a porta (se ainda existir porta) e a apagar a luz (se não tiver sido cortada).

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