O regime do
MPLA continua adoptar as regras colonialistas do tempo de Salazar. Ou Portugal
aceita as regas de Angola ou vai ter de estender a mão a outros países.
O jornal i
diz que Manuel Vicente, ministro de Estado e da Coordenação Económica do regime
angolano lançou um solene aviso aos servos portugueses. Isto é, “o investimento
directo angolano em Portugal deixou de ser prioritário”.
Por outras palavras,
ou os sipaios de Lisboa aumentam o volume da bajulação, compram mais vaselina e
sorriem, ou o dinheiro de Luanda vai parar a outras paragens. E quem vos avisa…
É claro que,
nas ocidentais praias do reino lusitano, alguns sectores mais conscientes do
perigo da dependência perante o poder angolano, não gostam que a Oferta Pública
de Aquisição, a retalho ou por atacado, lançada pelo MPLA tenha o êxito que
está a ter.
A isso, o
regime do presidente Eduardo dos Santos (há 32 anos no poder sem nunca ter sido
eleito) responde de uma forma simples: Ou aceitam ou vão apenas ter direito a fuba
podre, peixe podre, panos ruins, 50 angolares e… porrada se refilarem.
Esta é,
aliás, a reprodução do que o regime colonial impunha nos seus piores tempos ao
povo angolano. Tal como é uma cópia do que o regime angolano impõe aos
angolanos que não são do MPLA e a quase todos os naturais da sua colónia de
Cabinda.
A posição
crítica de alguns sectores lusos é incompreensível. Se Portugal não tem
capacidade, engenho e arte para se aguentar sozinho, só mesmo a ajuda dos
outros – nomeadamente do MPLA – poderá salvar os portugueses de viverem apenas
com um prato da farelo.
Manuel
Vicente diz que “o Estado hoje tem outras prioridades. Estamos a olhar mais
para os problemas internos do que para os problemas externos”, respondendo
dessa forma à pergunta se Angola iria participar no programa de privatizações
previsto em Portugal nos sectores da comunicação e transportes, ou se a
iniciativa ficaria do lado de empresários privados, como sucedeu nos últimos
dias com a empresária Isabel dos Santos.
“Os
empresários privados são livres. Onde eles encontrarem oportunidades e virem
que há, de facto, a criatividade e escala para investir, só nos resta, como
governo apoiarmos essas iniciativas”, acrescentou o ex-patrão da principal empresa
do regime, a Sonangol.
Manuel
Vicente adiantou, segundo o jornal i, que agora, face à globalização da
economia, importa não investir num único mercado. “O mundo hoje é uma aldeia
global e, como se costuma dizer na gíria, não podemos colocar os ovos todos no
mesmo cesto. As economias melhoram ou pioram em função dos locais, e temos que
ter investimentos em várias paragens e, no fim, termos uma média que seja
positiva e que possa garantir a sustentabilidade”, vincou.
“As palavras
de Manuel Vicente deitam por terra os imensos esforços políticos e diplomáticos
do governo português para atrair cada vez mais investimento angolano. E podem
também afectar a presença de empresas portuguesas no espaço económico angolano”,
escreve o i.
Em todo este
contexto, creio ser aconselhável que os portugueses atentem nas teses do antigo
ministro da Defesa, figura de destaque do MPLA, e um empresário de sucesso em
áreas que vão da banca ao imobiliário, hotelaria, jogos, diamantes etc., de seu
nome Kundy Paihama.
Se os
portugueses, tal como todos os angolanos que não são do MPLA, levassem em conta as suas palavras, certamente
que evitavam ter de viver com um prato de farelo.
Num dos seus
(foram tantos) célebres e antológicos discursos, Kundy Paihama disse: “Não
percam tempo a escutar as mensagens de promessas de certos Políticos”,
acrescentando: “Trabalhem para serem ricos”.
Esta frase
fez com que eu passasse a venerar Kundy Paihama. A tal ponto vai a minha
veneração que até advogo a tese de que as verdades “paihamistas” deveriam, no
mínimo, fazer parte das enciclopédias políticas das universidades angolanas e,
porque não?, de todo o mundo civilizado.
“Durmo bem,
como bem e o que restar no meu prato dou aos meus cães e não aos pobres”,
afirmou há uns tempos o então ministro da Defesa do MPLA. Não, não há engano.
Reflectindo a filosofia basilar do MPLA, Kundy Paihama disse exactamente isso:
o que sobra não vai para os pobres, vai para os coitados dos cães.
E por que
não vai para os pobres?, perguntam os milhões que todos os dias passam fome,
seja em Angola ou em Portugal. Não vai porque não há pobres em Angola. E se não
há pobres, mas há cães…
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