O Presidente
da República do reino lusitano, Cavaco Silva, apelou hoje a um aumento do
investimento indonésio em Portugal. Fez bem. O que importa é que alguém dê de
comer a quem tem fome.
Fome que,
obviamente, não atinge os portugueses de primeira do tipo Cavaco Silva, Joaquim
Pina Moura, Jorge Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro, Fernando Gomes,
António Vitorino, Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira Amaral, António
Castro Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, Filipe Baptista, Ascenso Simões,
António Mexia, Faria de Oliveira ou Eduardo Catroga.
Cavaco Silva
está a dar a ideia de que sente as dores dos outros, ou seja do milhão e
duzentos mil desempregados, dos 20% de pobres e de outros tantos miseráveis. É
um bom figurante. Ele que foi primeiro-ministro de 6 de Novembro de 1985 a 28
de Outubro de 1995, que venceu as eleições presidenciais de 22 de Janeiro de
2006 e foi reeleito a 23 de Janeiro de 2011, só tem direito em termos
vitalícios a 4.152 euros do Banco de Portugal, a 2.328 euros da Universidade
Nova de Lisboa e a 2.876 euros de primeiro-ministro…
Cavaco Silva disse
que os "empresários indonésios são muito bem-vindos", e convidou o
seu homólogo Susilo Bambang Yudhoyono a visitar Portugal para, calculo eu –
citando Miguel Relvas – no meu jornalismo interpretativo, ver as
potencialidades desta eventual 27ª província indonésia, em substituição de
Timor-Leste.
Na resposta,
o chefe de Estado indonésio disse que "fará os possíveis" para
aceitar o convite de Cavaco Silva já no próximo ano. No próximo ano poderá ser
tarde. Aos ricos deste pobre Portugal dava jeito que, com dólares ou rupias,
viesse bem mais cedo.
"Os
indonésios são muito bem-vindos a Portugal, os empresários indonésios são muito
bem-vindos a Portugal e estou convencido que uma visita do presidente Susilo
Bambang Yudhoyono será um sinal muito importante para o relacionamento amigo,
concreto e benéfico para os dois países", frisou Cavaco Silva numa coisa a
que os produtores de conteúdos chamaram conferência de imprensa mas que, por não haver
direito a perguntas, poderá ser tudo menos conferência de imprensa.
O Presidente
da República portuguesa fez questão de abordar a crise na zona euro, mas para
dizer que esta situação "vai sem dúvida ser ultrapassada", lembrando
que a União Europeia é o maior bloco económico do mundo.
Vai com
certeza ser ultrapassada. Não se sabe se pela esquerda, se pela direita, se por
cima, se por baixo. Aliás, nem se sabe se nessa altura ainda existirão
portugueses livres.
"Queremos
que os empresários dos nossos dois países conheçam melhor as potencialidades da
Indonésia e de Portugal", frisou Cavaco Silva, antecipando o fórum
empresarial que vai decorrer amanhã entre os dois países.
Na opinião do
chefe de Estado português, Portugal e Indonésia são dois Estados "que se
complementam" em muitos domínios e destacou o interesse com que os
empresários portugueses olham para a economia asiática.
E é verdade.
Por enquanto o olhar ainda não paga impostos. E tal como os empresários olham
para a Indonésia, a esmagadora maioria dos portugueses olha para os pratos…
vazios.
1 comentário:
E qual é a tua meu?
Sempre pode vir para cá um carro Timur. É que o meu já tem 13 anos e precisa de ser substituído. Parece-me que não tem catalisador e, de acordo com o senhor Costa, há certos sítios que ele não pode circular...
Kdd
EA
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