"Desculpe
que lhe diga, senhor primeiro-ministro, está a insultar a dificuldade de 600
mil portugueses que estão no desemprego".
O, entre
outras coisas, perito dos peritos na arte do esclavagismo, também presidente do PSD e primeiro-ministro disse
hoje que Portugal dos escravos tem que estar preparado para viver "durante
pelo menos dois ou três anos" com "níveis de desemprego" a que
não estava habituado.
"A
partir de 2013 tenderemos a absorver uma parte do desemprego, uma parte ainda
pequena, e a partir de 2014 absorveremos uma fatia mais importante. Ou seja,
temos que estar preparados para viver durante pelo menos dois ou três anos com
níveis de desemprego a que não estávamos habituados, ele não vai desaparecer de
um dia para o outro", afirmou Pedro Passos Coelho.
Recordemos, entretanto,
o que afirmou no dia 15 de Julho de 2010, o então líder parlamentar do PSD e
hoje – pis claro! – ministro. Miguel Macedo acusou o passado o então primeiro-ministro,
José Sócrates, de viver na fantasia e de ter feito um discurso sobre a situação
do país que insultava as dificuldades dos 600 mil portugueses desempregados.
Se era, e
era mesmo, um insulto aos 600 mil desempregados, qual será o epíteto a dar hoje
ao actual primeiro-ministro, quando insulta um milhão e duzentos mil
desempregados criados sob a sua administração?
É claro que
Passos Coelho e os seus lacaios, todos fuba do mesmo saco, gostam de gozar com
a esquelética, faminta e dorida chipala dos portugueses, julgado que todos eles
são matumbos. Não serão todos, mas para lá caminham.
"O que
temos hoje no país é impostos a mais, endividamento a mais, despesa pública a
mais, riqueza a menos, poder de compra a menos, dificuldades a mais para as
famílias e para as empresas", declarou o líder parlamentar do PSD, hoje
ministro, Miguel Macedo, durante o debate do (mau) “Estado da Nação”, no
Parlamento.
Ou seja,
disse o mesmo que agora diz (com mais relevância numérica) o PS. É que a
situação do país dos portugueses, não o país da maior parte deles, passa sempre
pela mesma receita, pelo mesmo diagnóstico e – é claro – pelas mesmas vítimas.
Miguel
Macedo apontou na altura os "mais de cem mil portugueses que abandonam por
ano o país porque não encontram em Portugal um presente e, sobretudo, não
vislumbram em Portugal um futuro" e criticou os resultados invocados e o
tom utilizado pelo primeiro-ministro, José Sócrates, no seu discurso.
E então?
Nada. O PSD, por falta de melhores argumentos, tem uma garganta suficientemente
funda para lá caberem todo o tipo de coisas, as que o leitor está a pensar e
mais uns tantos sapos.
"Desculpe
que lhe diga, senhor primeiro-ministro, está a insultar a dificuldade de 600
mil portugueses que estão no desemprego", disse o então líder parlamentar
do PSD e hoje ministro, acusando José Sócrates de ter demonstrado
"insensibilidade social e de autismo político" e de ter feito uma
intervenção de quem vive no "país da fantasia".
Segundo o
líder parlamentar do PSD e hoje ministro, "os portugueses hoje não vivem
melhor depois de cinco anos de Governo socialista" e Portugal é "um
país com mais pobres, mais excluídos e mais desigualdades", ao contrário
do que alegou o primeiro-ministro.
É claro que
tanto Pedro Passos Coelho como Miguel Macedo, entre muitos outros, esperam que
os portugueses vão lentamente esquecendo o que eles disseram e prometeram. Mas
como não vou à missa deles, aqui continuam a recordar-se algumas das suas criminosas
e canibalescas afirmações.
O então
líder do PSD e hoje primeiro-ministro, disse que as medidas do governo da época
punham “o país a pão e água”, acrescentando do alto da sua cátedra que “não se
põe um país a pão e água por precaução”.
“Estamos disponíveis para soluções positivas,
não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa. Aceitarei
reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga
fiscal às famílias. Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia
cortar e não cortou”, afirmou o pulha que é líder do PSD e hoje
primeiro-ministro.
Também foi
ele quem afirmou que “nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de
despesas que podem ser reduzidas”. Que “o pior que pode acontecer a Portugal
neste momento é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa”.
E foi também
esse esclavagista quem disse que “aqueles que são responsáveis pelo resvalar da
despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos”.
Tudo porque,
no mais puro exemplo de pulhice, também garantiu que “ninguém nos verá impor
sacrifícios aos que mais precisam”, pois “os que têm mais terão que ajudar os
que têm menos”. Ou seja, “queremos transferir parte dos sacrifícios que se
exigem às famílias e às empresas para o Estado”.
“Para
salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de
modo a desonerar a classe média e baixa”, disse o mesmo filho da pulhice,
acrescentando que “se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será
canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas”.
Como muito
bem sabem o milhão e duzentos mil desempregados, Passos Coelho jurou que, “se
formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem
cortar mais salários para sanear o sistema português”.
Tudo porque,
garantia, “a pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá
menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos”. Vê-se bem a fortaleza que
é este governo.
“Já ouvi o
primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca
falámos disso e é um disparate”, dizia Pedro Passos Coelho, perguntando: “como
é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?”. Sim, como é
possível?
1 comentário:
Será que PPC mentiu ou esquecemo-nos de ler o mesmo texto mas... de baixo para cima (normalmente é bem diferente)?
Cumprimentos
EA
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