O Presidente da República portuguesa defendeu hoje no Rio de Janeiro que a Lusofonia deve ser "um espaço dinâmico de trocas intelectuais e de produção conjunta de conhecimentos, com projecção e voz própria na chamada aldeia de global".
De teoria em teoria, como fez hoje Cavaco Silva, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai mostrando que não passa disso mesmo – de uma teoria.
É verdade. O problema está em passar da teoria à prática. E se o Instituto Internacional de Língua Portuguesa está, há anos, adormecido (apesar de bem teorizado) no papel, valerá a pena pensar noutros projectos?
Não seria preferível dar um murro na mesa para ver se os oito países responsáveis pela CPLP acordam?
Se não for assim, o melhor é encerrar uma organização que está, desde que nasceu, em falência técnica.
Mais do que criar organismos, institutos e similares; mais do que sugerir novos projectos (viáveis, mas condenados a uma longa noite de sono nos areópagos políticos dos oito), impõe-se pôr a funcionar a própria CPLP.
Mais do que uma enciclopédia culinária, pelo menos seis do oito membros desta comunidade precisam de comer alguma coisa, nem que seja em pratos de plástico, nem que seja peixe seco e pirão.
Enquanto não se perceber isso, não há saída. Enquanto não se perceber isso, continuarão os golpes de Estado. Primeiro foi São Tomé e Príncipe, depois a Guiné-Bissau, depois Timor-Leste. Mas há mais. Os golpes de Estado estão latentes em todos os países onde poucos têm milhões e milhões têm pouco (ou nada).
Segundo a sua constituição, a CPLP tem como objectivos gerais «a concertação política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico, por forma a conjugar iniciativas para a promoção do desenvolvimento dos seus povos, a afirmação e divulgação crescentes da língua portuguesa e o reforço da presença dos oito a nível internacional».
Pelo andar da carruagem (boas ideais que ficam no papel), corremos o risco de ver a Lusofonia substituída pela francofonia ou por outra qualquer fonia. É que eles, ao contrário de nós, não projectam fazer – fazem.
Será isso que os políticos das pátrias que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa querem que aconteça? Será isso que os empresários querem que aconteça?
Cá estamos para ver. E se cá estamos para ver, também cá estaremos para dizer quem foram os que estavam a cantar no convés enquanto o navio se afundava, não é senhor presidente Cavaco Silva?
Resta-nos acreditar (continuar a acreditar) que a Lusofonia pode dar luz ao Mundo e que, por isso, não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar.
Se calhar, mais uma vez, estamos a tentar o impossível. Mas vale a pena (até porque a alma não é pequena) já que o possível fazemos nós todos os dias. A bem dos milhões que (ainda) falam português e que continuam de barriga vazia.
De teoria em teoria, como fez hoje Cavaco Silva, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai mostrando que não passa disso mesmo – de uma teoria.
É verdade. O problema está em passar da teoria à prática. E se o Instituto Internacional de Língua Portuguesa está, há anos, adormecido (apesar de bem teorizado) no papel, valerá a pena pensar noutros projectos?
Não seria preferível dar um murro na mesa para ver se os oito países responsáveis pela CPLP acordam?
Se não for assim, o melhor é encerrar uma organização que está, desde que nasceu, em falência técnica.
Mais do que criar organismos, institutos e similares; mais do que sugerir novos projectos (viáveis, mas condenados a uma longa noite de sono nos areópagos políticos dos oito), impõe-se pôr a funcionar a própria CPLP.
Mais do que uma enciclopédia culinária, pelo menos seis do oito membros desta comunidade precisam de comer alguma coisa, nem que seja em pratos de plástico, nem que seja peixe seco e pirão.
Enquanto não se perceber isso, não há saída. Enquanto não se perceber isso, continuarão os golpes de Estado. Primeiro foi São Tomé e Príncipe, depois a Guiné-Bissau, depois Timor-Leste. Mas há mais. Os golpes de Estado estão latentes em todos os países onde poucos têm milhões e milhões têm pouco (ou nada).
Segundo a sua constituição, a CPLP tem como objectivos gerais «a concertação política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico, por forma a conjugar iniciativas para a promoção do desenvolvimento dos seus povos, a afirmação e divulgação crescentes da língua portuguesa e o reforço da presença dos oito a nível internacional».
Pelo andar da carruagem (boas ideais que ficam no papel), corremos o risco de ver a Lusofonia substituída pela francofonia ou por outra qualquer fonia. É que eles, ao contrário de nós, não projectam fazer – fazem.
Será isso que os políticos das pátrias que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa querem que aconteça? Será isso que os empresários querem que aconteça?
Cá estamos para ver. E se cá estamos para ver, também cá estaremos para dizer quem foram os que estavam a cantar no convés enquanto o navio se afundava, não é senhor presidente Cavaco Silva?
Resta-nos acreditar (continuar a acreditar) que a Lusofonia pode dar luz ao Mundo e que, por isso, não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar.
Se calhar, mais uma vez, estamos a tentar o impossível. Mas vale a pena (até porque a alma não é pequena) já que o possível fazemos nós todos os dias. A bem dos milhões que (ainda) falam português e que continuam de barriga vazia.
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