A Tecnovia desmentiu hoje que o seu funcionário baleado há uma semana em Cabinda tivesse sido assaltado quando transportava o dinheiro dos salários dos restantes trabalhadores, conforme o que defendeu, também hoje, a Polícia Nacional (PN) angolana.
Segundo Cristina Madaleno, directora do Departamento de Recursos Humanos da Tecnovia, empresa portuguesa ligada à construção civil e obras públicas, António Carapinha, a vítima portuguesa, é o encarregado de equipamentos e que nada tem a ver com o pagamento de vencimentos.
"Aliás, os nossos pagamentos não são feitos sequer dessa forma. O nosso trabalhador nada tem a ver com o pagamento de salários", disse aquela responsável da Tecnovia, adiantando que António Carapinha, ferido num braço e numa perna, abandonou sábado o hospital local onde foi assistido.
Hoje, em declarações à Lusa, o porta-voz da PN, 1º superintendente Carmo Neto, afirmou que o cidadão português baleado em Cabinda foi alvo de um assalto à mão armada, do qual lhe foi roubado dinheiro que se destinava ao pagamento de salários, e que a corporação continua no encalço dos assaltantes.
"É suposto que os criminosos tivessem conhecimento de que a vítima transportava muito dinheiro. Deve ser esse o móbil do crime", salientou Carmo Neto, que se escusou a quantificar os valores roubados e prometeu que, nas próximas horas, fornecerá mais detalhes sobre a ocorrência.
Segundo Cristina Madaleno, as circunstâncias que rodeiam o "incidente" estão ainda a ser alvo de uma investigação das Forças Armadas Angolanas (FAA), que, numa incursão realizada posteriormente, detiveram um suspeito nas matas do enclave.
António Carapinha foi alvejado a 3 deste mês no território de Cabinda e ocupado pelas forças de Angola, sendo atingido por disparos de uma arma automática vindos do mato contra a viatura que conduzia.
Quatro dias mais tarde, contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Lisboa, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Cabinda - braço armado da FLEC (Forças de Libertação do Enclave de Cabinda) - reivindicou o "atentado", desencadeado na sequência de avisos às empresas estrangeiras que laboram em Cabinda para não ajudarem a economia de Angola.
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