segunda-feira, março 31, 2008

Não adianta dar dignidade aos mortos
que em vida foram tratados como cães

O Comando Geral da Polícia Nacional de Angola vai propor aos familiares das vítimas do desmoronamento do edifício da DNIC, em Luanda, que o funeral das 29 vítimas mortais seja realizado em conjunto e com dignidade. Não está mal. Enquanto vivos foram tratados quem nem cães de pobre («Para o ministro Paihama os cães são mais importantes do que os angolanos»), depois de mortos fala-se de dignidade.

Com esse objectivo, segundo o porta-voz da Polícia Nacional, Carmo Neto, elementos da corporação vão reunir-se com as famílias das vítimas mortais do desastre, garantindo à partida todos os custos do processo. Só à partida porque, bem vistas as coisas, o Estado do MPLA parece ter falta de dólares. Francamente.

Entretanto, o Ministério do Interior criou um centro nas proximidades da Cidadela Desportiva onde estão vários psicólogos para prestar apoio e acompanhar os familiares das vítimas. Não acompanharem as vítimas enquanto estavam vivas. Mas, para o mundo ver, vão acompanhar – à partida – as famílias… até à próxima queda.

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