Mais um jornalista russo foi abatido hoje no meio da rua em Makhachkala, capital da república norte-caucasiana do Daguestão, depois de o corpo de um colega seu, especialista nesta região, ter sido descoberto quinta-feira em Moscovo, anunciou a polícia.
"Gadji Abachilov foi abatido a tiro por desconhecidos quando se encontrava dentro do carro, o motorista ficou gravemente ferido e está hospitalizado", explicou um porta-voz do Ministério do Interior em Makhachkala.
Abachilov, de 58 anos, era há um ano director da cadeia Daguestão, pertencente à holding pública Rossia, e, de momento, as investigações não conseguiram apurar uma eventual ligação da sua morte à de Ilias Churpaiev, do primeiro canal russo (Pervyi Kanal), encontrado estrangulado com um cinto no seu domicílio moscovita.
Churpaiev, 32 anos, era especialista no Cáucaso russo e, sobretudo, no Daguestão, onde nascera e começara a trabalhar, na cadeia privada NTV, de Makhachkala.
O procurador-geral russo, Iuri Tchaika, garantiu hoje que irá supervisionar pessoalmente as investigações às mortes.
A União dos Jornalistas da Rússia estima que cerca de 250 jornalistas terão perdido a vida em circunstâncias violentas desde a implosão da União Soviética (URSS) em 1991, número só ultrapassado pela Colômbia.
O presidente desta organização de classe, Igor Yakovenko, lamenta que em muito poucos casos tenha sido encontrado e castigado o autor do crime.
A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) exigiu às autoridades russas irem até ao fundo nas investigações "rapidamente e com independência".
Em 2006, a morte de Anna Politkovaskaya, jornalista do bisemanário de oposição "Nóvaya Gazeta", muito ligada à Tchetchénia, causou escândalo em todo o mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário