sábado, março 08, 2008

“Chamo-me ditador e incompetente”
ou, também, Augusto Santos Silva

O ministro dos Assuntos Parlamentares das ocidentais e cada vez mais poluidas praias lusitanas, Augusto Santos Silva acusou, ontem à noite, em Chaves, à entrada para uma reunião sobre os três anos de Governo, os manifestantes de "não reconhecerem a diferença entre Salazar e os democratas". Bravo! Sócrates (José, primeiro-ministro) não diria melhor.

Santos Silva, certamente democrata mesmo antes de ter nascido, disse igualmente que os manifestante nunca tinham "lutado contra o fascismo".

Disse e com toda a razão. Não sei como é que o ministro quereria que os que nasceram depois do 25 de Abril de 1974 tivessem lutado contra o fascismo. Mas se Santos Silva diz, é porque haveria uma forma qualquer.

"A liberdade é algo que o País deve a Mário Soares, a Salgado Zenha, a Manuel Alegre... Não deve a Álvaro Cunhal nem a Mário Nogueira", afirmou Santos Silva, acrescentando que estes "lutaram por ela antes do 25 de Abril contra o fascismo, e lutaram por ela depois do 25 de Abril contra a tentativa de tentar criar em Portugal uma ditadura comunista".

O homem(?) está perdido no deserto de ideias, essas sim ditatoriais, que tomaram de assalto o Governo de Portugal onde, por sinal, um licenciado em engenharia julga ser o autor, o pai e a mãe da verdade absoluta.

"O clima político que algumas pessoas estão a tentar desenvolver em Portugal é um clima de intimidação, é um clima próprio da natureza anti-democrática dessas forças. E se for preciso defender outra vez, como defendemos em 75, a liberdade em Portugal, o Partido Socialista, posso garantir, estará na linha da frente da defesa das liberdades públicas", afirmou ainda o ministro que amordaçou os jornalistas.

Recordam-se do que Emídio Rangel disse deste ministro? Não? Eu digo: “Não tenho o mínimo de consideração nem de respeito intelectual pelo saloio que detém no Governo a pasta da Comunicação Social…; pelas baboseiras e falta de rigor que punha nas crónicas do ‘Público’, pela arrogância e pesporrência que exibia quando era ministro da Educação e logo a seguir da Cultura, sem ter feito nada, mesmo nada, nem pela educação nem pela cultura, porque o considero um dos ministros mais incompetentes do Governo de José Sócrates…”

Embora seja perigoso lutar contra uma ditadura como a que vigora em Portugal, é preciso que também se diga que este mesmo ministro, o governo e o Partido Socialistas escreveram a página mais negra na história do Jornalismo do pós-25 de Abril.

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