sábado, março 08, 2008

E assim vai o reino imperial de Angola

O meu amigo Emanuel Lopes fez recentemente um longo e preciso retrato da nossa Angola. Escolhi apenas algumas partes que, por sinal, são bem elucidativas. Importa, cada vez mais, não deixar cair em saco roto o que se vai passando no reino imperial de José Eduardo dos Santos. A democracia constrói-se, quando deixam que isso aconteça, com a procura da verdade. É isso que o Alto Hama procura, mesmo quando aconselhado a estar calado ou a dizer apenas o que os dólares do regime (que tanto jeito fariam) aconselham.

"A intolerância política tem aumentado em Angola, com perseguições e até assassínios quase diários pelas províncias, praticados pelos "regedores" e pelos membros do MPLA e em alguns casos com a colaboração ou distracção da polícia.

Aumento da criminalidade. Aumento da criminalidade por parte das forças policiais. Aumento do desemprego. Aumento do custo de vida. Degradação do sistema de saúde. Degradação do sistema de ensino. Falta de água em Luanda e nos grandes centros urbanos. Falta de um sistema de transporte que permita o curso normal da vida da população.

Discursos de agitadores de serviço (como o Ministro da Defesa ou Ministro da Educação), ofendendo a população em geral, ofendendo a Oposição e em particular os pobres.

Noticias de cedência de meios de comunicação social à família “imperial” ou de novos meios afectos a mesma família.

Difusão de canções de autores conhecidos ou desconhecidos criticando a situação social, ou atacando mesmo o Engenheiro e a família “imperial”.

Aumento da presença da Guarda Presidencial, ostensivamente e pesadamente armada, criando receios mas também um maior ódio por parte da população.

Difusão através da internet de supostas histórias verídicas, acintosas para a população. Ataques aos chamados expatriados pela maneira ostensiva com que ganham fortunas. Discursos atacando e culpabilizando “bandos armados” de origem e actuação desconhecidas, feitos por responsáveis governamentais.


Não havendo inimigos armados (e a UNITA já não está armada, apesar dos discurso inflamados de Kundi Paihama), tem de se criar um inimigo, para que o conflito volte e possa ser usado ou para adiar as eleições ou para dentro do partido governamental, se criarem condições para a sucessão do Engenheiro.

E só existem dois possíveis inimigos "à mão de semear": a oposição, com a UNITA à cabeça, e os expatriados."

1 comentário:

Anónimo disse...

´foi com interesse que li o seu artigo. Encontrei recentemente um blog igualmente muito interessante , alias dois: o maisangola e angolapensante são dois blog cujo teor se reveste de ideias activas para a construção de uma angola nossa e cintilante.