"Mais uma vez pedimos que Portugal continue a encorajar as autoridades angolanas para que o processo eleitoral decorra da melhor forma, porque queremos que os angolanos votem numa situação de tranquilidade", apelou Isaías Samakuva na altura em que, em Luanda, recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado.
Apesar de o chefe da diplomacia portuguesa ter destacado o papel da UNITA na normalização da vida política angolana, frisando que tem actuado de forma "muito responsável e construtiva" para dar garantias no processo de estabilização do país, não creio que Portugal vá responder positivamente ao apelo de Samakuva.
Quem manda (apesar de mal) em Portugal é o Partido Socialista e, como é sabido, é muito mais (ou quase tudo) o que o une ao MPLA do que o que os divide. Foi assim, é assim e sempre assim será. Portanto nada de falsas ilusões quanto à equidistância do Governo de Lisboa.
Importa recordar que o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Governo português, de seu nome João Cravinho, continua a ser o mesmo que, em Novembro de 2005, em declarações ao Expresso, disse que «Savimbi foi um monstro, um Hitler africano”.
Tendo as responsabilidade governativas que têm, que continua a ter, e por isso não pode alegar que falou como simples cidadão, João Cravinho vinculou o Governo de José Sócrates (que não, obviamente, Portugal) a esta afirmação.
Se Portugal fosse um Estado de Direito, das duas uma. Ou o secretário de Estado teria pedido desculpa aos milhões de angolanos que gostam de Savimbi, nomeadamente à UNITA, ou teria sido demitido.
Apesar de o chefe da diplomacia portuguesa ter destacado o papel da UNITA na normalização da vida política angolana, frisando que tem actuado de forma "muito responsável e construtiva" para dar garantias no processo de estabilização do país, não creio que Portugal vá responder positivamente ao apelo de Samakuva.
Quem manda (apesar de mal) em Portugal é o Partido Socialista e, como é sabido, é muito mais (ou quase tudo) o que o une ao MPLA do que o que os divide. Foi assim, é assim e sempre assim será. Portanto nada de falsas ilusões quanto à equidistância do Governo de Lisboa.
Importa recordar que o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Governo português, de seu nome João Cravinho, continua a ser o mesmo que, em Novembro de 2005, em declarações ao Expresso, disse que «Savimbi foi um monstro, um Hitler africano”.
Tendo as responsabilidade governativas que têm, que continua a ter, e por isso não pode alegar que falou como simples cidadão, João Cravinho vinculou o Governo de José Sócrates (que não, obviamente, Portugal) a esta afirmação.
Se Portugal fosse um Estado de Direito, das duas uma. Ou o secretário de Estado teria pedido desculpa aos milhões de angolanos que gostam de Savimbi, nomeadamente à UNITA, ou teria sido demitido.
Nada disso aconteceu. Tudo continua na mesma. E se assim continua é porque, de facto e de jure, Portugal não é um Estado de Direito.
O governante português não conhece certamente a realidade angolana. Do seu ponto de vista, do qual o Governo não se demarcou, Angola é sinónimo de MPLA e tudo o resto são monstros e hitleres.
Talvez Luís Amado pense de maneira ligeiramente diferente de Gomes Cravinho. Talvez. Mas a verdade é que Cravinho continua a ser secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. Portanto, o Governo de Lisboa vai continuar a manter-se equidistante, embora estando do lado do MPLA.
2 comentários:
A julgar pelas posições assumidas por grande número de históricos do PS, este Partido está, ou esteve, mais próximo da UNITA que do MPLA.
Sendo correcto este raciocinio, não faz muito sentido que um governante, ainda que de 2ª linha, produza tão disparatadas e absurdas declarações
"Só oiço dizer mal de Portugal em Portugal" -Porque é em Portugal existe a melhor escola de má língua.
Luís Amado: "Só oiço dizer mal de Portugal em Portugal"
http://bit.ly/9H5MpE
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