Jornalistas do diário Le Figaro denunciaram hoje a publicação em 2008 de sondagens de opinião "encomendadas", segundo eles, pela presidência francesa, apoiando-se num relatório do Tribunal de Contas relativo ao orçamento do Eliseu.
A Sociedade de redactores do Figaro, diário de direita, pediu hoje à direcção do jornal "para deixar imediatamente" de publicar sondagens do instituto Opinion Way, "encomendadas pela Presidência da República".
Num comunicado, os redactores do Figaro expressam a sua "consternação" depois de conhecer o relatório do Tribunal de Contas, órgão de controlo das contas públicas, divulgado quinta-feira.
"Parece que muitas sondagens 'Opinion Way' publicadas, nomeadamente, pelo Le Figaro, são encomendadas pela presidência e que algumas são expurgadas antes de serem divulgadas ao grande público", segundo o comunicado.
Por seu lado, o director de Informação do grupo, Etienne Mougeotte, desmentiu "formalmente" qualquer financiamento de sondagens pelo Eliseu.
"A sondagem, todas as semanas, é paga pelo Fígaro com base num contrato anual. Tudo o que é dito sobre sondagens que seriam pagas de forma externa e nomeadamente pelo Eliseu, é falso e desminto-o formalmente", acrescentou.
Na quinta-feira, no seu relatório sobre o orçamento do Eliseu, o Tribunal de Contas notou que "dos 35 estudos (de opinião) diversos facturados em 2008, pelo menos 15 deles tinham sido publicados na imprensa".
A deputada socialista Delphine Batho, porta-voz da ex-candidata às presidenciais Ségolène Royal, denunciou "um sistema de instrumentalização da opinião e de conivência entre o poder, um instituto de sondagem e alguns órgãos de comunicação".
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