A Fundação António Agostinho Neto (FAAN) assumiu a 30 de Junho, em Portugal, o lugar de observador consultivo da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP). Fará sentido? Porque não juntar, já agora, a FESA (Fundação Eduardo dos Santos)?
De acordo com a insuspeita Angop, a FAAN recebeu o convite para se tornar observador consultivo da CPLP há três anos (isto quer dizer que foi em 2006), explicando a agência de notícias de Angola que “razões de carácter organizativo levaram-na a iniciar a sua acção nas plenárias apenas em 2009”.
Afirma a Angop que o geólogo João Pimenta Viriato Miranda, indicado para representar a Fundação António Agostinho Neto, junto da CPLP, classificou de positiva a experiência, porquanto a presença da FAAN, pela primeira vez no encontro, suscitou grande interesse entre os presentes, facto que foi aproveitado para manter contactos com instituições congéneres.
“João Pimenta Viriato Miranda, doravante desenvolverá uma intensa actividade em Portugal, na busca de oportunidades para a implementação de projectos nos domínios da Educação, Cultura, Desenvolvimento Tecnológico, bem como nas áreas de desenvolvimento social que possam servir os anseios e o progresso dos angolanos”, escreve a Angop.
Uma coisa não me parece muito clara. Se fosse só uma, não estaríamos mal, mas fiquemos com esta dúvida que, contudo, será certamente esclarecida pelos cérebros do MPLA... ou pelos cerebelos da CPLP.
Se a Fundação António Agostinho Neto foi criada no dia 4 de Setembro de 2006 e o convite da CPLP foi feito nesse mesmo ano, não há dúvidas de que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa é célere, muito célere, a dar cobertura a fundações sem provas dadas.
Acresce que se a FAAN foi só proclamada no dia 14 de Setembro de 2007 no Palácio dos Congressos de Luanda na presença do chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, porque carga de chuva a CPLP a convidou um ano antes para ser seu observador?
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