terça-feira, julho 07, 2009

Chorar (ou rir?) sobre duplas candidaturas

O (ainda) deputado socialista Manuel Alegre quer que Ana Gomes e Elisa Ferreira escolham entre o Parlamento Europeu (para o qual já foram eleitas) e as câmaras de Sintra e Porto (Portugal).

Em declarações ao Diário de Notícias, Manuel Alegre refere que em causa está a proibição das duplas candidaturas. Então é isso. Não é uma questão de moralidade, de respeito pelos cidadãos (mesmo pelos de segunda – todos os que não são do PS), mas apenas de legalidade em função das regras do partido.

Para Manuel Alegre, esta é uma questão de «transparência para que os eleitores saibam em quem estão a votar», posição que, e acordo com o DN, terá sido decisiva para que a direcção do PS optasse pela proibição das duplas candidaturas, após uma reunião entre José Sócrates e os presidentes das estruturas distritais do partido.

Elisa Ferreira, tal como Ana Gomes, insistem em querer convencer os portugueses que são sinceras as lágrimas que vertem mediaticamente sobre o leite derramado. É pena. Ninguém, nem mesmo os socialistas, acreditam.

A candidata do PS à Câmara do Porto e eurodeputada já eleita, por exemplo, recusa-se a comentar a decisão do PS de proibir candidaturas duplas nas próximas eleições mas garante que manterá a sua campanha até ao fim. Será?

Questionada sobre se é candidata até ao fim, face a rumores crescentes no PS/Porto sobre um eventual abandono, Elisa Ferreira respondeu: "Claro que sou candidata à Câmara do Porto. Estou no Porto com os pés, a alma e o coração".

Embora esteja, diz, no Porto com “os pés, a alma e o coração”, nada a impediu de, antes de tudo, garantir a manutenção do lugar no Parlamento Europeu.

Dirigindo-se a Elisa Ferreira, Manuel Alegre afirma: "Quem é candidata à Câmara do Porto só deve candidatar-se a um lugar e a mais nenhum". Isto por, declarou ao Público, ”uma questão de coerência”.

Parece-me tarde para se falar de coerência. Mas ainda bem que os socialistas, poucos, ainda sabem o que isso é. Acresce que se calhar ainda vão a tempo de ganhar alguma coisita... não nestas mas nas próximas autárquicas.

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