Uma jornalista sudanesa acusada de andar vestida de forma "indecente" - com calças - pode vir a ser condenada a 40 chicotadas, se for condenada por crime contra a ordem e moral pública no Sudão.
Não sei porquê, mas tenho cá um pressentimento de que esta estratégia, não a da roupa mas a das chicotadas, poderá ser bem acolhida pelo actual governo português.
Com as dificuldades que tem demonstrado em pôr na linha e na ordem os poucos jornalistas lusos que ainda resistem, se calhar este Partido Socialista que comanda as ocidentais praias lusitanas poderá adoptar o exemplo sudanês caso, é claro, volte a vencer as eleições.
Lubna Ahmed al-Hussein, que publica textos regularmente no jornal de esquerda Al-Sahafa e também trabalha para a Missão das Nações Unidas no Sudão, foi presa no início de Julho em Cartum, a capital do país, quando se encontrava no interior de um restaurante.
Os polícias pediram a todas as mulheres vestidas com calças para os acompanharem e, dois dias mais tarde, dez das 13 foram convocadas pela esquadra do centro da cidade onde tiveram de se deslocar para levar 10 chicotadas cada uma, disse a jornalista.
As outras três mulheres, entre elas Lubna Ahmed al-Hussein, foram acusadas de violar o artigo 152 do código penal sudanês, que prevê uma pena de 40 chicotadas para quem cometa um acto indecente, viole a moral pública ou vista roupas indecentes.
Contrariamente a outros países da região, as mulheres estão muito presentes na vida pública do Sudão, país maioritariamente muçulmano, mas algumas leis continuam a ser descriminatórias, denunciam as organizações de defesa dos Direitos do Homem.
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