sábado, julho 18, 2009

UNITA exige que as eleições presidenciais
em Angola tenham lugar ainda este ano...

«O líder da UNITA, Isaías Samakuva, exigiu hoje no Songo, província de Uíge, que o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, marque as eleições presidenciais ainda para o ano de 2009.

Num comício realizado no âmbito das comemorações do 35º aniversário da Juventude Unida Revolucionaria de Angola (Jura), Isaías Samakuva lembrou que o chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, prometeu marcar eleições presidenciais ainda para o ano de 2009 e a UNITA "exige que cumpra essa promessa".

"Estamos no mês de Julho, em Angola ouvimos falar do congresso do MPLA [partido no poder desde 1975] e do CAN [Campeonato Africano das Nações], mas não se ouve nada sobre as eleições presidenciais", criticou Samakuva.

O presidente da UNITA disse que tem "mesmo muitas dúvidas" que José Eduardo dos Santos "queira as eleições em 2009 ou mesmo em 2010".

Isaías Samakuva defendeu ainda que "não faz sentido fazer depender a data das eleições [presidenciais] da aprovação da nova Constituição angolana, como está a fazê-lo o presidente da República".

Ainda no comício do Songo, o líder da UNITA lançou um apelo aos angolanos para ajudarem o maior partido da oposição a "resgatar Angola ao abismo em que está a mergulhar".

O abismo, segundo Isaías Samakuva, é, entre outros exemplos, o "crescente número de jovens que integram grupos criminosos e a total ausência de perspectivas para o futuro".

O líder do partido do Galo Negro exigiu ainda saber o paradeiro de mais de nove mil milhões de dólares das reservas internacionais do Estado angolano "que desapareceram" entre Novembro de 2008 e Março de 2009.

Isaías Samakuva garantiu que o maior partido da oposição vai "exigir explicações cabais" sobre o paradeiro deste dinheiro "que pertence ao povo e não pode ser usado sem que o povo saiba de que forma".

O comício que hoje a UNITA realizou no Songo, província de Uíge, onde estiveram presentes cerca de 1.500 pessoas, teve uma forte carga simbólica porque, durante os anos de guerra ate 2002, esta era uma área militarmente controlada pelas Forças Armadas daquele partido.

Isaías Samakuva, acompanhado do seu vice-presidente, Ernesto Mulato, e do secretário-geral da UNITA, general Abílio Numa, estão a fazer uma digressão por aquela província, onde ainda vão, durante os próximos dias, a Makela do Zombo e Kendele, as duas localidades mais afastadas da capital de Uíge.»


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