A Farmácia Portugal na cidade do Huambo (Angola) albergou hoje a cerimónia de lançamento do projecto-piloto de venda de Coartem, no sector privado, com o preço oficial de 75 Kwanzas, para o reforço das estratégias de luta contra a malária.
A cerimónia foi orientada pelo director nacional do programa de combate à malária, Filomeno Fortes, que na sua intervenção referiu que a medida visa desencorajar a especulação nas farmácias, tendo em conta que o fármaco é distribuído gratuitamente nos hospitais e centros de saúde públicos.
Fez saber que o Ministério da Saúde adoptou em 2006, novas medidas de tratamento da malária utilizando o anti-paludico Coartem, que mostrou-se eficaz para a realidade nacional, apelando a sua utilização correcta.
"Sabemos que a população acorre para o sector privado e este por sua vez utiliza esta afluência para fazer especulação, encontramos hoje Coartem à venda por um preço que vai de 200 até 1.500 Kwanzas", continuou.
O projecto que é uma parceria entre o Ministério da Saúde, a ONG britânica "MENTOR" e da Unicef, visando beneficiar nesta primeira fase 90 farmácias privadas que trabalham no município sede do Huambo e da Caála.
Alertou a polícia de investigação e as equipas de fiscalização a trabalharem no controlo das farmácias, e punirem aquelas que violarem este princípio que estabelece o preço máximo de 75 Kwanzas.
Na opinião do responsável da Unicef para a saúde da criança, Nkanga Guimarães este projecto é um complemento das políticas de combate à malária, que deverá se estender para as demais 17 províncias do país.
Para ele, esta é uma estratégia positiva na protecção dos medicamentos que devem ser distribuídos gratuitamente no sector público, "ao invés de assistirmos a fuga do medicamento para o mercado paralelo, devemos colocar o fármaco nos locais de comércio formal e desta forma facilitarmos as populações".
No dizer da directora nacional da "MENTOR" , Rebeca Luckett, o programa nacional do controlo da malária está a ser uma experiência positiva e a sua organização está a trabalhar na formação técnica do pessoal de saúde ligado as clínicas e farmácias privadas.
O coordenador provincial do programa de combate à malária, Amândio Natito, revelou que no primeiro semestre deste ano os serviços de saúde no Huambo registaram 275. 572 casos de malária, que resultaram em 801 óbitos.
Até 2006, o sector da saúde utilizava para o tratamento da malária a cloroquina, rezoquina, amodiaquina e o halfan, que mostraram resistência e sensibilidade aà doença, daí o investimento no Coarten que tem sido melhor para a situação nacional.
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