A compra da siderurgia pública chinesa Tonghua Iron and Steel foi anulada depois de o seu director-geral ter sido espancado até à morte por trabalhadores a quem acabava de anunciar despedimentos. Será que o exemplo pode chegar a Portugal?
Trata-se de um caso inédito na China, apesar de os conflitos sociais no país serem cada vez mais frequentes e por vezes violentos.
Os factos ocorreram sexta-feira na siderurgia Tonghua, principal produtor da província de Jinlin (nordeste), quando cerca de 3.000 operários pararam a produção e atacaram o director-geral, Chen Guojun, que acabava de os informar do despedimento de até 30.000 trabalhadores devido à compra da siderurgia pelo grupo privado Jianlong.
"Chen desiludiu e provocou os operários ao anunciar que a maior parte deles seria despedido nos três dias seguintes. A multidão enfureceu-se quando Chen disse que o número total de trabalhadores ia ser reduzido para 5.000", escreve o jornal China Daily.
Depois de espancarem violentamente o director-geral, os trabalhadores da Tonghua enfrentaram a polícia e impediram uma ambulância de se aproximar de Chen. Gravemente ferido, o director-geral acabou por morrer no hospital quando ao fim da tarde o conseguiram retirar da fábrica.
Um porta-voz do governo provincial de Jilin confirmou a morte do director-geral, mas recusou adiantar qualquer pormenor.
"O governo provincial decidiu suspender a fusão. A polícia está a investigar o homicídio", disse o mesmo porta-voz. Segundo a agência Nova China, a compra da Tonghua foi suspensa "para impedir um agravamento da situação".
Esta era a segunda tentativa do grupo privado, com 17 filiais na China e sede em Pequim, de comprar a siderurgia, classificada no 244.º lugar na lista das 500 maiores empresas do país.
Bom. Se a moda chegar a Portugal calculo que não faltarão directores na “linha de fogo” e trabalhadores dispostos a puxar o “gatilho”.
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