sexta-feira, julho 10, 2009

Ramos-Horta gaba-se à grande e à indonésia
e diz que o país será (pois claro!) um paraíso

Timor-Leste tem um plano de investimentos públicos para 10 anos que visa criar milhares de empregos e dotar o país de estradas e de um novo aeroporto, segundo o presidente da República, José Ramos-Horta.

Numa entrevista publicada na última edição da revista «Foreign Policy», Ramos-Horta aponta como prioritária a construção de infra-estruturas.

"Precisamos de investimento massivo em estradas, estradas e estradas. Se quisermos desenvolver a agricultura e garantir segurança alimentar, promover o turismo e possibilitar o acesso das pessoas à saúde e à educação, precisamos de estradas", frisou, acrescentando tratar-se de um projecto para 10 anos que irá criar milhares de empregos.

"Construiremos quatro mil quilómetros de estradas, um novo aeroporto e um porto. À medida que desenvolvermos as infra-estruturas, atrairemos investimento estrangeiro para o turismo", prosseguiu.

Ramos-Horta adiantou ainda que Timor-Leste está a negociar com a operadora de telecomunicações Digicel a entrada no território, acabando assim com o monopólio da Timor Telecom, detida pela Portugal Telecom.

Com a entrada da Digicel, Ramos-Horta estima que Timor-Leste possa vir a aumentar de 150 mil para 500 mil a 800 mil os utilizadores de telemóvel.

Na mesma entrevista, Ramos-Horta criticou ainda aqueles que consideram Timor-Leste um "estado falhado".

"Alguns génios norte-americanos e europeus, que escrevem em jornais ditos acadêmicos, rotularam-nos como um estado falhado. [...] Alguns desses pseudo-intelectuais nos Estados Unidos parecem esquecer-se que Timor-Leste, juntamente com a China, está a financiar a dívida norte-americana", disse Ramos-Horta.

"Então quem é um estado falhado - os Estados Unidos ou Timor-Leste?, questionou.

Citando dados de uma pesquisa do Instituto Internacional Republicano dos Estados Unidos, Ramos-Horta adiantou que no final de 2008 os níveis de confiança no Presidente da República atingiam os 83%, na polícia 82% e no primeiro-ministro, Xanana Gusmão, 79%, enquanto mais de 60% dos timorenses concordavam com o rumo do país.

A pouco mais de um mês do 10º aniversário do referendo que pôs fim à ocupação Indonésia do território, o Presidente de Timor-Leste garantiu que actualmente "não há no planeta dois países com melhores relações bilaterais".

"Vamos celebrar o 30 de Agosto numa economia florescente. Díli e o resto do país estão em paz, a polícia e o exército reconciliados, vamos celebrar a data numa altura em que a cooperação entre Timor-Leste e a Indonésia está no seu melhor", citou.

Ramos-Horta rejeita a ideia de um tribunal internacional para julgar os crimes cometidos durante a ocupação indonésia e no referendo de 1999, mostrando-se favorável à aprovação de uma lei que ponha "simplesmente fim aos trágicos capítulos do passado".

O chefe de Estado timorense mostrou-se ainda confiante na capacidade da Polícia Nacional de Timor-Leste para assumir responsabilidade total pelo sector de segurança, afirmando-se favorável a que a transferência de poderes da ONU se faça até 2012.

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