A Ministra da Educação de Portugal sublinhou hoje a importância do Programa Novas Oportunidades para combater o "claro défice de classificação" dos trabalhadores portugueses: cerca de 3,5 milhões têm escolaridade inferior ao 12º ano.
Sinceramente (e isto de ser sincero só me traz problemas acrescidos) o que mais me preocupa são os que com escolaridade total cumprida (licenciados incluídos, corrobo) têm de se descalçar para contar até 12.
Acresce, aliás, que muitos destes porque não conseguem tirar os sapatos, só encontram saída profissional na política.
"Mais de metade dos activos têm menos do que o 12º. ano", lembrou Maria de Lurdes Rodrigues durante a apresentação dos primeiros resultados da avaliação externa ao programa, realizada por uma equipa da Universidade Católica coordenada por Roberto Carneiro.
A avaliação refere que quase 900 mil portugueses se inscreveram no programa Novas Oportunidades desde 2006, registando-se uma média de 20 mil novas inscrições por mês, um número que tem provocado listas de espera.
O elevado tempo que as pessoas estão à espera para serem chamadas, encaminhadas e avaliadas para entrar nos cursos, assim como a desadequação entre a certificação e os ganhos laborais, em termos de um trabalho melhor ou mais bem pago, são algumas das fragilidades apontadas no estudo.
Maria de Lurdes Rodrigues garantiu que estas eram falhas já detectadas pelo Ministério, que "há dois meses lançou um concurso para novos centros".
De acordo com a responsável, a rede de Centros Novas Oportunidades vai ser reforçada com mais 50 unidades para responder à procura do programa de valorização escolar, aproveitando a já existente rede de escolas e centros de formação profissional.
Além disso, "serão redimensionadas equipas" e ampliadas as actividades dos centros por "mais dois anos", disse a governante em declarações aos jornalistas no final da apresentação do estudo.
Mas, para Maria de Lurdes Rodrigues, a lista de espera é "reveladora do êxito do programa", ao demonstrar que foi "criado um novo serviço público com escala e não uma mera iniciativa marginal que responde a um pequeno segmento da população".
Também presente na cerimónia que está a decorrer no Centro de Congressos de Lisboa, o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, lembrou a importância da formação em tempos de crise e de constante aumento do número de desempregados.
"A taxa de desemprego tem um diferencial de 1,7 pontos percentuais quando comparamos aqueles que têm como formação de base o ensino básico e aqueles que têm o ensino secundário", lembrou Vieira da Silva.
Respondendo às críticas de o Governo trabalhar para as estatísticas, Maria de Lurdes Rodrigues disse apenas que "este não é um trabalho para as estatísticas, mas sim um trabalho para as pessoas".
"A nossa meta é responder ao desejo das pessoas", concluiu a responsável, lembrando que o Governo tinha estabelecido a meta de um milhão e, de acordo com dados do passado mês, atingiu os 900 mil.
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