Kumba Ialá sabe o que diz embora raramente diga o que sabe. Num comício em Bissau, o candidato às presidenciais do próximo dia 26, para além de desafiar Malam Bacai Sanhá para um debate, disse uma verdade lapidar: "Ou a Guiné-Bissau se organiza e vive definitivamente em paz e em democracia ou então isto vai por água abaixo".
Embora tenha muitas culpas no mau estado a que chegou o país, e me pareça que se voltar à cadeira da Presidência Kumba Ialá seja mais um problema para a solução e não, como todos desejam, uma solução para o problema, importa olhar para a mensagem mais do que para o mensageiro.
"O senhor primeiro-ministro vai ter de explicar ao povo da Guiné-Bissau quem matou Hélder Proença, Baciro Dabó, Tagmé Na Waié e o general João Bernardo Nino Vieira. Catorze pessoas que morreram durante o seu mandato", disse Kumba Ialá.
E tem razão. Alguém deveria explicar como é que tudo isto foi possível e o que está a ser feito para evitar que se repita. Até porque, para mim, os assassinatos vão voltar à ribalta um dias destes.
Aliás, o próprio Kumba Ialá afirma que há "violência necessária para salvaguardar o pior momento da vida das pessoas". Ou seja, "quando a vida humana está em risco, quando a colectividade social está em risco é possível usar a violência construtiva e democrática para salvar a democracia".
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