Oficialmente e tanto quanto é público, a Junta de Freguesia de Ramalde tem uma dívida a fornecedores na ordem dos 339 mil euros.
Este montante é suficientemente expressivo para, pelo menos do ponto de vista do comum dos ramaldenses, gerar preocupações. Desde logo porque muitos se recordam que quando o actual presidente chegou à autarquia tinha um saldo positivo.
Mas se o valor oficial da dívida a fornecedores é preocupante, mais o é quando se verifica que o presidente a encara com a maior das normalidades, quase fazendo antever que a principal é deixar a quem vier a função de fechar a porta e pagar a luz (se ainda não tiver sido cortada).
Além disso, a versão oficial da dívida de 339 mil euros não esclarece quem são os fornecedores, fazendo prever que algo de mais grave poderá estar a acontecer.
Ou seja, neste montante está ou não incluída a dívida, por exemplo, às associaçõs de Ramalde cujos apoios estão protocolados (no caso do 26 de Janeiro devem utrapassar os 10 mil euros), ou as dívidas a entidades públicas (Segurança Social, Finanças, ADSE, Águas do Porto, EDP etc.).
Mesmo dando o benefício da dúvida ao Executivo da Junta no sentido de que a valor da dívida seja apenas esse, dificilmente se vislumbram formas de amortizar a não ser que, o que seria gravíssimo, se adopte uma diminuição drástica com os encargos com o pessoal.
O presidente da Junta avança com a possibilidade de a autarquia contrair um empréstimo bancário de 34 000 euros. Ou seja, certamente consciente de que nada resolverá, o presidente quer adiar a resolução do problema, querendo fazer passar a tese de que a compra de uma aspirina resolve a enfermidade. Mas, como todos sabem, inclusive o presidente, a infecção continuará a alastrar (talvez de forma fatídica) e o doente apenas sentirá um ligeiro alívio nas dores.
Para a resolução de problemas esporádicos de tesouraria, certamente que a Junta poderia, e isso nem sequer é novidade, pedir à Câmara Municipal do Porto o adiantamento de um duodécimo.
E se o não faz, das duas uma. Ou o problema é bem mais grave ou a Câmara não reconhece credibilidade à Junta para continuar a tomar aspirinas…
Aliás, a própria Câmara Municipal deve estar preocupada com o que se passa em Ramalde, desde logo porque contribui com cerca de 40% (mais de 600 mil euros) das verbas destinadas às mais variadas actividades supostamente desenvolvidas pela Junta de Freguesia.
E, se calhar, é aqui que reside o busílis da questão. Ou seja, a Câmara dá cerca de 600 mil euros para serem utilizados em todas as actividades da Junta mas, bem vistas as coisas, se calhar parte desse montante vai para outras rubricas.
Isto porque a Junta gasta mais de 700 mil euros com o pessoal e as receitas geradas pela autarquia (incluindo o Fundo de Financiamento das Freguesias) deve rondar os 500 mil euros.
Este cenário levará previsivelmente ao aumento do endividamento da Junta de Ramalde pelo que, ao que me parece, o seu executivo aposta numa navegação à vista de modo a que, no final do mandato, ao novo presidente caiba a árdua missão de passar o atestado de falência.
RR (Repórter de Ramalde)
Mas se o valor oficial da dívida a fornecedores é preocupante, mais o é quando se verifica que o presidente a encara com a maior das normalidades, quase fazendo antever que a principal é deixar a quem vier a função de fechar a porta e pagar a luz (se ainda não tiver sido cortada).
Além disso, a versão oficial da dívida de 339 mil euros não esclarece quem são os fornecedores, fazendo prever que algo de mais grave poderá estar a acontecer.
Ou seja, neste montante está ou não incluída a dívida, por exemplo, às associaçõs de Ramalde cujos apoios estão protocolados (no caso do 26 de Janeiro devem utrapassar os 10 mil euros), ou as dívidas a entidades públicas (Segurança Social, Finanças, ADSE, Águas do Porto, EDP etc.).
Mesmo dando o benefício da dúvida ao Executivo da Junta no sentido de que a valor da dívida seja apenas esse, dificilmente se vislumbram formas de amortizar a não ser que, o que seria gravíssimo, se adopte uma diminuição drástica com os encargos com o pessoal.
O presidente da Junta avança com a possibilidade de a autarquia contrair um empréstimo bancário de 34 000 euros. Ou seja, certamente consciente de que nada resolverá, o presidente quer adiar a resolução do problema, querendo fazer passar a tese de que a compra de uma aspirina resolve a enfermidade. Mas, como todos sabem, inclusive o presidente, a infecção continuará a alastrar (talvez de forma fatídica) e o doente apenas sentirá um ligeiro alívio nas dores.
Para a resolução de problemas esporádicos de tesouraria, certamente que a Junta poderia, e isso nem sequer é novidade, pedir à Câmara Municipal do Porto o adiantamento de um duodécimo.
E se o não faz, das duas uma. Ou o problema é bem mais grave ou a Câmara não reconhece credibilidade à Junta para continuar a tomar aspirinas…
Aliás, a própria Câmara Municipal deve estar preocupada com o que se passa em Ramalde, desde logo porque contribui com cerca de 40% (mais de 600 mil euros) das verbas destinadas às mais variadas actividades supostamente desenvolvidas pela Junta de Freguesia.
E, se calhar, é aqui que reside o busílis da questão. Ou seja, a Câmara dá cerca de 600 mil euros para serem utilizados em todas as actividades da Junta mas, bem vistas as coisas, se calhar parte desse montante vai para outras rubricas.
Isto porque a Junta gasta mais de 700 mil euros com o pessoal e as receitas geradas pela autarquia (incluindo o Fundo de Financiamento das Freguesias) deve rondar os 500 mil euros.
Este cenário levará previsivelmente ao aumento do endividamento da Junta de Ramalde pelo que, ao que me parece, o seu executivo aposta numa navegação à vista de modo a que, no final do mandato, ao novo presidente caiba a árdua missão de passar o atestado de falência.
RR (Repórter de Ramalde)
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