O Governo de José Sócrates só chega atrasado quando muito bem lhe convém. Veja-se, por exemplo, a manipulação que faz em alguma comunicação social onde chegou tão cedo que a Oposição ainda hoje não deu por isso. Isto foi escrito aqui no Alto Hama no dia 13 de Dezembro de 2008.
Ao contrário do que diz o PSD, o Governo de José Sócrates chegou tão cedo ao sector da comunicação social que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, fazer com que os seus sipaios titulares, ou não, de Carteira Profissional de Jornalista, fizesse da “imprensa o tapete do poder”.
José Sócrates chegou tão cedo que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, transformar jornalistas em “criados de luxo do poder vigente".
José Sócrates chegou tão cedo que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, garantir que esses criados regressarão mais tarde para lugares de direcção, de administração etc..
Mais do que as questões, objectivas ou não, que envolvem o suposto plano do Governo para dominar ainda mais a comunicação social, a mim preocupa-me não só a promiscuidade do jornalismo com a política (sobram os exemplos de jornalistas-assessores e de assessores-jornalistas), mas também o enxovalhar da ética entre os próprios jornalistas.
Preocupação pouco relevante num contexto de todos a monte fé em Deus, onde ser enxovalhado pode significar meio caminho andado para ser director ou administrador. Portanto...
Em matéria de jornalistas, a ética tornou-se aquele regra fundamental que aparece a seguir à última... quando aparece. E assim, de Face Oculta em Face Oculta, lá vai o jornalismo português cantando e rindo a bem, é claro, de uma qualquer nação que, na maioria dos casos, se confunde com servilismo político e económico.
Servilismo que, por regra, tem boas compensações monetárias. Registemos os factos e também os nomes. Daqui a uns tempos alguns destes supostos jornalistas vão estar a assessorar partidos e ou empresas para, tempos depois, assumirem cargos de direcção ou administração em empresas onde o Estado põe e dispõe.
Tem sido assim e, pelos vistos, assim tem de continuar a ser. O forrobodó no bordel continua a marcar pontos.
É claro que a decência (mais do que limpo e asseado deve significar honesto, decoroso) evitaria muitos dos males recentes de um país que, ao que parece, até já foi Pátria.
Portugal vive agora, como sempre viveu nas últimas décadas, uma realidade marcada pela corrupção, pela promiscuidade entre a política, a economia, a justiça, o desporto, o jornalismo etc. Agora é mais visível apenas pela simples razão de que o actual poder político quis ser mais papista do que o Papa e pensou ser possível comprar todos os jornalistas por atacado.
Os seus antecessores, tanto do PSD como também do PS, limitavam-se a comprar o essencial, deixando válvulas de escape para o acessório. E o país ia vivendo com esse acessório no convencimento de que era o essencial.
Durante décadas era uma espécie de Fátima, Futebol e Fado. O povo estava entretido, tinha o essencial para viver e lá ia cantando e rindo. Ao permitir que a válvula de escape da sociedade, protagonizada por uma numericamente expressiva classe média, desse o berro, o Governo provocou a implosão da própria sociedade.
E dos cacos que vão sobrando dessa implosão é difícil restabelecer qualquer clima de confiança nas instituições e, muito menos, nos seus arautos ou artífices. Os portugueses sabem que o critério, que deveria ser sagrado para dirigir as instituições, não é o da competência mas, antes e sobretudo, o da subserviência.
E sabendo isso por experiência própria, dificilmente voltarão a acreditar num país que vive no sistema de todos a monte e fé no Estado, que o importante não é ser mas parecer.
E como se tudo isso não fosse mais do que suficiente, transparece a ideia de que há cidadãos que estão acima da lei, vingando a tese de que o crime compensa. E quando tal acontece, lá vamos todos defender a estratégia de olho por olho, dente por dente.
E se assim for, o resultado não estará à vista porque vamos ficar todos cegos e... desdentados. Mas se tiver que ser... seja!
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