O director do “Diário Económico”, António Costa (que, pasme-se, até tem Carteira Profissional, embora recente, nº 7796), garantiu hoje que, desde que dirige o jornal, “em nenhum momento” a administração da Ongoing ou o poder político e económico condicionou “o director, um jornalista ou a linha editorial” daquele diário.
O melhor é quem não o conhecer rir a bandeiras despregadas. Os que o conhecem se calhar, digo eu que o vi aprender alguma coisa, embora pouca, no Jornal de Notícias, preferem chorar.
Durante o segundo dia de audições na comissão de Ética, Sociedade e Cultura, para avaliar alegados condicionalismos à liberdade de expressão, António Costa aproveitou grande parte das suas intervenções iniciais para responder às referência feitas, na véspera, pelo ex-director do “Público”, sobre as alegadas mudanças no alinhamento do “DE” depois da compra pela Ongoing: “José Manuel Fernandes deveria ser o último a falar de credibilidade editorial”, criticou o "Toninho" Costa.
Bom. Em termos profissionais, comparar José Manuel Fernandes com António Costa é mais ou menos como comparar o Rio Douro com a Ribeira da Granja. Ou seja, qualquer semelhança é mera coincidência.
Depois de citar o primeiro editorial da nova direcção do “Público” – que defendia a necessidade de recentrar os valores da fundação daquele diário – António Costa defendeu ainda que a quebra de 9% nas vendas do “Público” em 2009, por contraponto com o crescimento de 10% no “DE”, demonstra “que os leitores acreditam no DE”.
Só faltou dizer (e certamente que o António não o fez por mera modéstia) que todos os socialistas também acreditam no DE. E se não fossem tão mal-agradecidos até poderiam ajudar o jornal a ser o mais lido do país e não apenas do Largo do Rato.
Sobre as relações do “DE” com o poder político, António Costa relativizou ainda as alegadas pressões de José Sócrates ou dos seus assessores, defendendo que “não é por receber um telefonema do primeiro-ministro ou do líder do PSD” que “a liberdade de expressão fica em causa”. “Mal seria que um director de um jornal não falasse com o primeiro-ministro ou com todos os líderes partidários”, defendeu.
Nem mais. Receber, ou fazer, um telefonema para o primeiro-ministro não tem mal. Não tem mesmo. A não ser, não é caro António?, que seja para lhe perguntar se tem alguma alteração a fazer ao texto que vai sair no dia seguinte...
Relativamente às polémica mais recentes sobre as escutas publicadas pelo “Sol” e sobre a crónica de Mário Crespo que o “JN” decidiu não publicar, o director do “DE”, garante que, no seu jornal, “não publicava conversas privadas”, mas “publicava a crónica”.
Que benemérito que o António Costa está. Ainda o vou ver como administrador da PT, da Lusa ou de qualquer outra empresa onde este Estado tenha metido as mãos. É só uma questão de tempo, de deixar a poeira assentar.
1 comentário:
Orlando,
O António Gosta.
Por isso é que existem muitos cabeçudos
cornudos,
cujo prazo de validade
termina quando surge um outro rapaz
com maior fervor e lealdade
ao capataz.
Consulino Desolado
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