Até agora (sim, até agora e se as minhas contas não estão erradas), 31 chefes de Estado africanos foram assassinados em menos de 40 anos depois das independências dos seus países.
De acordo com o presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, é uma "evolução política regressiva preocupante e que exige uma resposta coerente por parte das instâncias competentes da UA".
O assassinato do Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira a 2 de Março do ano passado, foi o último desta longa lista horrível de chefes de Estado mortos no exercício das suas funções.
E agora o Níger regressa à ribalta pelas habitais más razões. Um grupo de militares depôs o presidente e o governo do país.
A rádio e a televisão estatais foram controladas pelos golpistas que suspenderam a constituição e todas as instituições do Estado. A junta militar, através de um porta-voz, pede agora apoio, para a esta acção que considera “patriótica”.
“Apelamos à opinião pública nacional e internacional para que apoie a nossa acção patriótica para salvar o Niger e a sua população da pobreza, da decepção e da corrupção”.
Golpe de estado que pode ter sido comandado pelo general Adamou Harouna.
Desconhece-se, por enquanto, o destino do presidente Mamadou Tandja, sabendo-se apenas que está sob escolta dos golpistas.
Deveria ter terminado o mandato, a 20 de Dezembro. Mas as eleições foram boicotadas. No momento do golpe, estaria reunido com os ministros de um governo em crescente queda de popularidade.
As fronteiras foram encerradas por ordem do auto-designado, Supremo Conselho para Restauração da Democracia.
Depois de anos de alguma prosperidade, o Niger entrou em depressão económica. Nos últimos tempos, tudo se agravou e as manifestações populares de descontentamento repetiram-se com frequência.
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