terça-feira, fevereiro 02, 2010

Estamos, é claro, a falar do Burkina Faso

Ao que me dizem o Burkina Faso vive uma forte turbulência provocada pelos dois principais diários lá do sítio. Um que lidera e outro que já foi líder. O primeiro noticiou que a empresa dona do segundo está falida, e esta por sua vez diz que nunca esteve tão bem.

E, tanto quanto parece, para a pujança do segundo terá contribuído decisivamente um processo de despedimento colectivo, bem como o apoio do primeiro-ministro, Tertius Zongo, e de um ex-ministro que depois se tornou dirigente bancário e que abriu os cordões à bolsa.

As más línguas ligadas ao jornal líder do mercado dizem que a salubridade financeira do segundo é uma falácia. Citam, a este propósito, que pouco antes do tal despedimento colectivo um administrador, durante um almoço de Natal, garantira a pujança em vendas e a segurança dos postos de trabalho.

Comentando a situação de anunciada promiscuidade entre políticos, empresários e similares, o presidente do Burkina Faso disse que o país poderá ser diferente se não forem eleitos "vigaristas".

"Esse país pode ser diferente se a gente não eleger mais vigaristas. Tem que eleger pessoas com compromisso com o povo e que não tenham medo de pegar na mão de um pobre ou abraçar um negro", afirmou Blaise Comporé aos cerca de mil moradores da comunidade que visitou.

Durante o discurso, Blaise Comporé disse que era fácil governar para pobres, porque "com pouca coisa se faz muito", e voltou a afirmar que quem não gosta de ouvir reclamações, não se deve candidatar.

Nota: Tudo isto é factual, mas não se passou no Burkina Faso nem o presidente em questão foi Blaise Comporé.

Então em que local do mundo um presidente tem a coragem de dizer "o nosso país pode ser diferente se a gente não eleger mais vigaristas”?

Portugal? Angola? Cabo Verde? Guiné-Bissau? Moçambique? São Tomé e Príncipe? Brasil? Timor-Leste?

1 comentário:

Anónimo disse...

ehehhehheeh Orlando... essa pergunta! :))

O Presidente de um desses Países?
Nenhum!!!