segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Petróleo do regime angolano compra tudo
o que permita aniquilar o povo de Cabinda

Um mandado internacional de captura pesa sobre os indivíduos suspeitos (e, no caso de Cabinda, são todos até prova em contrário) de estarem implicados no ataque à selecção de futebol do Togo, provocando a morte de duas pessoas, informou hoje o embaixador francês em (pois claro!) Angola.

Francis Blondet deu esta informação à imprensa no final de uma audiência que lhe foi concedida pelo primeiro-ministro, António Paulo Kassoma. Luanda consegue assim, sobretudo graças ao petróleo, catalogar o ataque como um acto de terrorismo, pondo não só a França como também os EUA e Portugal a dançar ao seu gosto.

O autocarro em que viajava a selecção do Togo para participar na taça de Nações Can Orange Angola 2010 foi atacado no dia 8 de Janeiro quando entrava em território de Cabinda, via fronteira terrestre com a República do Congo, tendo o ataque sido reivindicado pela FLEC a partir de França, levando o Governo angolano a protestar e manifestar indignação perante as autoridades gaulesas.

Segundo o diplomata, “muitos dos implicados já não se encontram no território francês e pesa sobre eles um mandado internacional de captura emitido pela Interpol”, organização policial que cumpre ordens dos países acocorados perante o regime angolano do MPLA.

“A França imediatamente reagiu condenando o acto e manifestou junto do Governo angolano a disponibilidade de colaborar judicial e policial", referiu o embaixador que, como é óbvio, se está nas tintas para as razões profundas da luta dos cabindas.

Aliás, como Portugal, quando a situação se inverter vamos todos ver os que hoje dizem que Angola se estende de Cabinda ao Cunene mudar de posição, a bem de uma qualquer nação. É típico dos regimes, europeus mas não só, terem uma coluna vertebral amovível que se adapta a todos os interesses.

Tal como em uníssono chamaram terrorista a Yasser Arafat e, tempos depois, o receberam como estadista e com todas as honras devidas a um chefe de Estado.

O embaixador francês diz que é do interesse do seu país contribuir para o desenvolvimento e a estabilidade de Angola, e nunca instigar actos desestabilizadores. A tradução desta afirmação quer dizer que a França, tal como Portugal ou os EUA, está sempre do lado de quem está no poder, sobretudo quando se trata de um país rico.

Paris aguarda, segundo o embaixador, por um relatório de Angola com mais pormenores para permitir tirar melhores ilações sobre o atentado.

Nesta matéria, por iniciativa própria ou por recurso a outras fontes, não há direito ao contraditório. O que Angola disser é o que vale. O facto de o país ser, por exemplo, um dos mais corruptos do mundo... não conta. O facto de o MPLA estar no poder desde 1975... é irrelevante. O facto de o presidente da República não ter sido e eleito e só aceitar eleições quando, e se, muito bem entender é algo se somenos importância.

1 comentário:

Leumas disse...

Um referendo sobre a independência de Cabinda, nem pensar, não é?

Cabe propor isso à MPLA, a fim de resolver a questão?

O que diz a Constituição angolana nesse caso referente a Cabinda?

Cabinda sobreviveria sem Angola?