Cada vez me convenço mais que o processo dito democrático em Portugal continua a ser desenvolvido ao estilo Nescafé. Junta-se água, mexe-se e aí se tem um caldo de onde brotam os donos da verdade e, é claro, do país.
E se em África, desde logo por ser um continente onde também se produz bom café, se calhar é compreensível a metodologia, em Portugal parece estranho que o regime seja feito quase exclusivamente por uma mistela que de café só tem, talvez, a borra.
E esta ideia tão lusitana de que basta estagiar nas juventudes partidárias para, com um pouco de água benta ministrada pelo líder do partido, vir a ser deputado, membro do Conselho de Administração de empreas públicas e até integrar o governo, parece-me a mais célere forma de colocar Portugal cada vez mais perto, já não da Grécia, mas do Burkina Faso.
É que, digo eu que até sei que defender o poder das ideias e não as ideias de poder é (mais do que) meio caminho andado para o suicídio, essa coisa de reduzir a democracia a uns tantos actos eleitorais só beneficia os que se julgam donos do país.
Creio, contudo, que a coisa pode mudar. É certo que os políticos vão continuar a defender a tese de apenas ser necessário juntar água ao Nescafé para se ter uma democracia... instantânea. Resta-me a esperança de que os cada vez mais portugueses que estão de barriga vazia resolvam, de uma vez por todas, fazer justiça, sem necessidade de interpor uma providência cautelar.
Em África as eleições instantâneas têm servido apenas para calar a comunidade internacional, para legitimar os poderes existentes de modo a que os africanos continuem a morrer, em guerras ou à fome, enquanto as riquezas são usurpadas.
Em Portugal, mas não só, continua a haver cada vez mais pobres, cada vez mais desempregados. E a ser assim, se calhar um dia destes ainda vamos ver as Kalashnikov (ou algumas das velhas G3 que ficaram em boas mãos) a dizerem de sua justiça, não em assaltos a carros de transporte de valores ou a bancos, mas numa tentativa de tomar o poder.
Portugal, repito, esquece-se que eleições com o povo na miséria são tudo menos democracia. E quando assim é, não sei se caldos de galinha serão suficientes.
E esta ideia tão lusitana de que basta estagiar nas juventudes partidárias para, com um pouco de água benta ministrada pelo líder do partido, vir a ser deputado, membro do Conselho de Administração de empreas públicas e até integrar o governo, parece-me a mais célere forma de colocar Portugal cada vez mais perto, já não da Grécia, mas do Burkina Faso.
É que, digo eu que até sei que defender o poder das ideias e não as ideias de poder é (mais do que) meio caminho andado para o suicídio, essa coisa de reduzir a democracia a uns tantos actos eleitorais só beneficia os que se julgam donos do país.
Creio, contudo, que a coisa pode mudar. É certo que os políticos vão continuar a defender a tese de apenas ser necessário juntar água ao Nescafé para se ter uma democracia... instantânea. Resta-me a esperança de que os cada vez mais portugueses que estão de barriga vazia resolvam, de uma vez por todas, fazer justiça, sem necessidade de interpor uma providência cautelar.
Em África as eleições instantâneas têm servido apenas para calar a comunidade internacional, para legitimar os poderes existentes de modo a que os africanos continuem a morrer, em guerras ou à fome, enquanto as riquezas são usurpadas.
Em Portugal, mas não só, continua a haver cada vez mais pobres, cada vez mais desempregados. E a ser assim, se calhar um dia destes ainda vamos ver as Kalashnikov (ou algumas das velhas G3 que ficaram em boas mãos) a dizerem de sua justiça, não em assaltos a carros de transporte de valores ou a bancos, mas numa tentativa de tomar o poder.
Portugal, repito, esquece-se que eleições com o povo na miséria são tudo menos democracia. E quando assim é, não sei se caldos de galinha serão suficientes.
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