domingo, fevereiro 28, 2010

“Crónicas da Sala de Espera”
(Um abração Pedro Múrias)

O lançamento do livro “Crónicas da Sala de Espera”, de Pedro Bessa Múrias, vai ter lugar no próximo dia 10 de Março, às 18:30, na FNAC do Chiado, em Lisboa.

Pedro Bessa Múrias é um jornalista de 47 anos, ex-colaborador do Rádio Clube Português, que decidiu colocar em texto as crónicas que foi emitindo, dos locais por onde passou, durante os tratamentos a um cancro do intestino.

Os direitos da primeira edição do livro foram atribuídos à Europacolon Portugal – Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino, facto pelo qual “ficamos muito gratos”, informa a associação em comunicado.

“É um excelente testemunho e um ensinamento de como se devem ultrapassar as vicissitudes de quem, de repente, ficou ligado a esta doença”, acrescenta em comunicado.

Em Dezembro de 2008, foi-lhe diagnosticado um cancro no recto. Após tratamentos de quimioterapia e radioterapia, realizou uma operação para remover o tumor a 27 de Abril de 2009. Após um ano desde o aparecimento da doença, o jornalista parece ter vencido a luta contra o cancro.

«Para quem aqui vem, não é novidade. Já escrevi,
mais do que uma vez, sobre a inqualificável atitude da Media Capital Rádio ao despedir um trabalhador de baixa, doente com um cancro.

O que fizeram ao Pedro Múrias é de uma crueldade absoluta. Evidencia a completa e total desprotecção que os trabalhadores sofrem às mãos de empregadores sem alma nem coração.

Despedido, doente, mas ainda combativo, o Pedro Múrias publicou no seu blog uma pequena entrevista com o advogado Garcia Pereira, especialista em Direito do Trabalho.

Diz Garcia Pereira que ...“vivemos outros tempos. Os Tribunais agora até já entendem que nem uma crise cardíaca gravíssima nem sequer a morte do Advogado constituído por um determinado cidadão faz suspender a instância do respectivo processo, já praticamente tudo é possível.Ou seja, temos julgadores ao mesmo nível dos empregadores que actuam como o seu!Agora, e como é óbvio, seja qual for a solução jurídico-formal que se perfilhe, promover o despedimento de alguém que se encontra doente, e sobretudo gravemente doente, constitui um acto inqualificável que em qualquer sociedade minimamente civilizada deveria suscitar a crítica e o repúdio unânimes.”

É o que diz Garcia Pereira, é o que eu penso, também. E lamento não ver nada disto reproduzido nos canais jornalísticos de referência, televisões, rádios ou
jornais

Faço minhas todas estas e muitas outras palavras publicados pelo Carlos Narciso em:

http://www.blogda-se.blogspot.com

1 comentário:

ogfs2008 disse...

Hoje é o meu primeiro dia como reformada! Pedi rescisão de contrato aos 57 anos. Já não aguentava mais tanta frieza e tanta falta de respeito pelo empenho de seres humanos,muitos deles a ganhar o mísero ordenado mínimo e cujo destino foi, em alguns casos, o mesmo do de PEDRO MÚRIAS! Saí com a alma e o físico em "frangalhos" por já não aguentar a crueldade da maioria dos nossos estúpidos patrões e empresários com inteligência galinácea, convencidos que estão de que, com atitudes destas, vão ter as suas empresas e este País com alta produtividade... Felizmente não foi o meu caso e a minha saúde, para já, aos 60 anos está bem, mas nunca mais passei perto do organismo onde trabalhei, durante grande parte da vida e, quando tenho de ir para Norte ou para o aeroporto Sá Carneiro, prefiro ir dar a volta pela Via Norte, aqui no Porto... Vou comprar o livro, pois não sei se também um dia precisarei dele, só espero não ter de encontar nas Salas de Espera da vida algum desses "trogloditas" que acham que as doenças são só para os "trabalhadores por conta de outrém"!
Boa Saúde para Pedro Múrias e bem-haja por ter tido a coragem e a "pachorra" para nos contar as suas vivências em momentos tão complicados. É que eu estou bem de sáude, mas essa doença também já entrou em minha casa e sem bem o que é...