O Notícias Lusófonas publica hoje, em Manchete, uma entrevista com o meu amigo Alfredo Fontinha. Não concordo com algumas coisas mas, mais uma vez, o importante é todos sabermos que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros. Eis o teor da entrevista:
«Alfredo Fontinha foi presidente da Junta de Freguesia de Ramalde (Porto) de 1994 a 2001 e deputado da Assembleia Municipal do Porto durante três mandatos. Militante do Partido Socialista, é dirigente da Federação Distrital do Porto e membro da Comissão Política Concelhia do Porto. “Tenho anos de vida e de vida vivida que me conferem autoridade para dizer aquilo que vou dizer”, diz sem rodeios a propósito da falta, ou não, de liberdade de imprensa em Portugal.
“Quem viveu como eu as agruras do fascismo, já casado e com um filho que nasceu antes do 25 de Abril, olha para a sociedade actual e não pode reclamar contra a falta de liberdade. Eu sei o que foi viver num regime totalitário”, diz Alfredo Fontinha para garantir que “hoje, Portugal, é um país onde se vive e respira liberdade”.
Quanto às críticas ao governo socialista, Fontinha diz que “gente, que não me merece muita atenção, colocou na ordem do dia a falta de liberdade de expressão”, esclarecendo, contudo, que “tal não é verdade” e que “não encontra sinais de ameaça à liberdade de pensamento e à sua sublime expressão”.
“Encontro, isso sim, alguns exageros na opinião de muita gente, desde cronistas, jornalistas, políticos, empresários e aqueles de que nunca estão de bem com a vida e que “disparam” em todas as direcções, da esquerda à direita, para atingir as forças do poder”, opina Alfredo Fontinha.
Segundo este socialista, “a tal falta de liberdade de expressão não passa de uma simples onda de histeria contra o Governo e particularmente contra o seu primeiro-ministro”, pelo que – acrescenta – “já não consigo distinguir, e não sou daltónico, o que são as cores vermelha, laranja, azul ou amarela”.
Dizendo que, nesta altura “a confusão é total”, Fontinha considera que “as forças à direita e à esquerda do Partido Socialista já não têm ideologia” e que, “por qualquer razão, estão acantonadas para o derrube do Governo”.
Segundo Alfredo Fontinha, “sejam razões legais ou ilegais, mas mais ilegais do que legais, tudo serve, quanto pior tanto melhor”.
Apesar disso, reconhece que nem tudo está bem e que é preciso fazer melhor.
Para isso, afirma, “também é preciso que o Primeiro-Ministro de Portugal passe ao lado das muitas provocações de que é alvo, com razão e sem razão, porque a governação é a prioridade e os portugueses não dão importância aos fait-divers e a todos aqueles que só têm mesmo jeito para a calúnia e para a infâmia”.»
In: Notícias Lusófonas
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=25365&catogory=Manchete
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