O primeiro-ministro de Portugal (de que outro país poderia ser?) acusou no dia 18 de Março do ano passado o líder do CDS-PP de promover um “discurso de inveja social” sobre a questão dos vencimentos dos administradores dos bancos, frisando que já criticou antes o “exagero da banca” no pagamento a gestores.
O que Sócrates quer dizer é que tudo fez, faz e fará para que os portugueses de segunda (todos aqueles que não são do PS) passem a ser de primeira...
Nesse dia, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, Paulo Portas questionou José Sócrates se entende que o Governo “deve ter uma palavra moralizadora e moderadora do ponto de vista das práticas salariais” numa situação de crise económica e em casos de bancos que tenham beneficiado do aval do Estado.
Paulo Portas deu como exemplo o caso do BCP, em que “cada administrador ganha 460 mil euros por ano”.
Na resposta, o primeiro-ministro acusou Paulo Portas de “oportunismo” e de promover um discurso “da mais pura inveja social”.
"Os bancos que beneficiaram do sistema garantia foram todos. Não foi só o BCP. Acha que o dever do Estado era intervir na fixação dos vencimentos das administrações. Eu já critiquei o exagero da banca e de outros sectores no pagamento a gestores [...] mas não alinho no discurso da inveja social", disse.
Claro. Vamos lá fazer tudo para que os portugueses de segunda (todos aqueles que não são do PS) passem a ser de primeira...
“Até já os chamei de pura ganância”, acrescentou Sócrates, observando que o Estado só pode intervir em casos em que a banca não cumpra o pagamento das dívidas para com o Estado. Quanto aos socialistas escolhidos a dedo, à medida e por medida para esses cargos...
“Se algum desses bancos não pagar, aí sim nós interviremos nos critérios da definição dos critérios dos vencimentos dos bancos”, disse. Faltou-lhe acrescentar que os critérios dos vencimentos só se aplicam aos portugueses de segunda.
Recorde-se ainda (não sei para quê, mas está bem...) que um mês depois de ter saído da Caixa-Geral de Depósitos, Armando Vara foi promovido pelo banco público, segundo noticia o site do jornal Público.
Após ter assumido a vice-presidência do Banco Comercial Portugal, o ex-administrador da CGD foi promovido ao escalão máximo de vencimento, medida que terá influência para efeitos de reforma.
Segundo aquele jornal, o BCP explicou que Armando Vara "se tinha desvinculado definitivamente da CGD", remetendo para o banco público o esclarecimento sobre essa desvinculação.
José Sócrates, com a notável ajuda de Jorge Sampaio (recorde-se), arrumou o PSD e o PP. Depois disso arrumou o próprio PS. O líder continua a ser, para usar as palavras de Manuel Alegre, “teimoso” e “arrogante”.
Na altura em que era ministro do Ambiente, Agosto de 2001, José Sócrates foi qualificado por Manuel Alegre como "teimoso", "obsessivo" e "arrogante" por não querer que Portugal abandonasse progressivamente a co-incineração em cimenteiras.
"Não há racionalidade capaz de o convencer Sócrates", declarou na altura Manuel Alegre ao Público, lamentando que o carácter do ministro o impeça de reconhecer a "clara contradição" entre a assinatura da convenção da ONU sobre a matéria e o início da co-incineração em Portugal.
"Por razões que eu não quero adiantar, o ministro Sócrates tem cobertura política", afirmou na altura Alegre, ao acusar o Governo socialista de se reger por um "critério de fidelidades" já evidenciado quando António Guterres não demitiu Armando Vara do cargo de ministro da Juventude e Desporto, ao rebentar a polémica sobre a Fundação para a Prevenção e Segurança.
Tudo em família, portanto.
1 comentário:
Aceito muita coisa do que disse, mas repare,no caso do BCP trata-se de um Banco privado, desde que não venha pedir ajudas ao estado nem usar de abuso de direito para com os clientes tudo bem! Até podem ganhar 1 milhão, desde que como disse, depois não venham pedir ajudas. Já fui da opinião que se pagava muito dinheiro nas empresas públicas, hoje não penso assim. Para o Estado ter bons gestores tem de os ir buscar ás empresas privadas, e na verdade, ninguem vem a perder dinheiro. Como tal, quem sobra? Os incompetentes dos amigos dos nossos governantes. A politica está toda corrompida, trata-se de uma oligarquia podre, quanto a isso não ha dúvidas.
Mas para mim, neste momento´há algo mais que me preocupa, a falta de decência e o abuso por parte da comunicação social, não respeitando nada nem ninguem para vender uma notícia.
Abraço
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