O Grupo de Apoio ao Tibete manifestou o seu «profundo desagrado» por o presidente de Timor-Leste ter «endossado a legitimidade da soberania chinesa» sobre aquele território, acusando José Ramos-Horta de desconhecer a «mais elementar história tibetana».
É natural que Ramos-Horta não saiba a história do Tibete. Se, por exemplo, os mais altos representantes políticos de Portugal nada conhecem, ou fingem não conhecer, da história do seu país, é natural que o presidente timorense também seja ignorante nesta, como noutras, matérias
Em comunicado, a organização não governamental manifesta o seu «profundo desagrado relativamente a várias afirmações proferidas» pelo actual Presidente de Timor-Leste, por ocasião dos 70 anos sobre a entronização do Dalai Lama, que se assinalaram segunda feira.
Em declarações à Agência Lusa, Ramos-Horta disse que a principal virtude do Dalai Lama é ser contra qualquer acto de violência no Tibete, mas que a admiração pelo líder tibetano «não retira legitimidade à soberania chinesa em relação ao Tibete».
A política de manutenção de tachos é mesmo assim. Por alguma razão o homólogo português de Ramos-Horta, Aníbal Cavaco Silva, também afirma que Angola vai de Cabinda ao Cunene, apesar de saber bem que Cabinda não faz parte de Angola.
Ao dar cobertura e ao ser conivente, como acontece com a China em relação ao Tibete, com as violações que o regime angolano leva a efeito contra o povo de Cabinda, Cavaco Silva está a prestar um mau serviço sobretudo a Portugal.
Para além do Tibete, não seria mau que Portugal olhasse para Espanha e Angola para Marrocos. Ou seja, para a questão do Saara Ocidental, antiga colónia espanhola anexada em 1975 após a saída dos espanhóis, como parte integrante do reino de Marrocos que, entretanto, propõe uma ampla autonomia sob a sua soberania, embora excluindo a independência. Pelo contrário, a Frente Polisário, apoiada sobretudo pela Argélia, apela à realização de um referendo, em que a independência seria uma opção.
Mas, um dia destes ainda vamos ver Cavaco Silva e Ramos-Horta, entre muitos outros, entre quase todos, a dizer que devido a uma mudança no contexto geopolítico, Cabinda não é Angola e o Tibete não é China.
Sem comentários:
Enviar um comentário