Um dos meus adversários em matéria de política angolana, conta-me que há uns dias o deputado da UNITA Domingos Maluka, “quando questionado por um jornalista (independente) sobre o programa de governo que a UNITA apresentará ao povo (eleitores) respondeu (lacónico): Quando estivermos a governar o povo saberá qual é o nosso programa".
Não conheço a veracidade da afirmação, mas não me admiro que essa resposta tenha sido dada. Diz esse adversário que, por tudo isto, “prefere as aldrabices do MPLA, porque os outros (a UNITA) nem aldrabar sabem.”
Em princípio, esta é uma forma como outra qualquer de justificar uma legítima opção política, no caso pelo MPLA. Creio, contudo, que ela encerra algo mais profundo sobre o qual a UNITA deveria pensar mais e melhor.
Ou seja, saberão os eleitores angolanos (para os que são angolanos mas não são eleitores se calhar a questão é irrelevante) qual é o programa de Governo da UNITA, quem são os seus potenciais ministros?
Provavelmente não.
Saberão os eleitores angolanos (para os que são angolanos mas não são eleitores se calhar a questão é irrelevante) o que têm feito – apesar das enormes limitações - os políticos da UNITA que integram o Governo?
Provavelmente não.
Será que, como me dizem que terá dito Domingos Maluka, o povo só saberá qual é o programa da UNITA quando ela for governo? É que, assim, nem a UNITA será Governo, nem os angolanos saberão o que seria um governo da UNITA.
Se calhar estou errado. Penso, contudo, que ser governo é muito mais do que chegar ao poder. Por isso, ficaria feliz se a UNITA também assim pensasse.
Não conheço a veracidade da afirmação, mas não me admiro que essa resposta tenha sido dada. Diz esse adversário que, por tudo isto, “prefere as aldrabices do MPLA, porque os outros (a UNITA) nem aldrabar sabem.”
Em princípio, esta é uma forma como outra qualquer de justificar uma legítima opção política, no caso pelo MPLA. Creio, contudo, que ela encerra algo mais profundo sobre o qual a UNITA deveria pensar mais e melhor.
Ou seja, saberão os eleitores angolanos (para os que são angolanos mas não são eleitores se calhar a questão é irrelevante) qual é o programa de Governo da UNITA, quem são os seus potenciais ministros?
Provavelmente não.
Saberão os eleitores angolanos (para os que são angolanos mas não são eleitores se calhar a questão é irrelevante) o que têm feito – apesar das enormes limitações - os políticos da UNITA que integram o Governo?
Provavelmente não.
Será que, como me dizem que terá dito Domingos Maluka, o povo só saberá qual é o programa da UNITA quando ela for governo? É que, assim, nem a UNITA será Governo, nem os angolanos saberão o que seria um governo da UNITA.
Se calhar estou errado. Penso, contudo, que ser governo é muito mais do que chegar ao poder. Por isso, ficaria feliz se a UNITA também assim pensasse.
1 comentário:
Meu Caro Orlando
Os teus adversários são maldosos e tu continuas a dar-lhes atenção. Eu explico:
Não sei se o Domingos "Maluka" respondeu assim ao tal jornalista independente. Mas se o fez estava a fazer humor, pelo qual aliás é conhecido.
A UNITA apresentou ao longo dos últimos dois anos vários documentos sobre o que pensa fazer no futuro, quando chegar ao Governo. Basta consultar o seu site oficial (www.unitaangola.com) e lá encontrará documentação variada sobre o assunto. A começar por um documento intitulado "Dez teses...", mas se o teu colega independente quisesse prestar atenção, poderia ler o discurso do Presidente da UNITA dirigido à Nação no começo do novo ano e encontraria aí resumidas algumas das intenções da UNITA. Mais recentemente no dia em que a UNITA fez 42 anos o discurso de Isaías Samakuva, foi, segundo os observadores atentos, todo um programa de governo.
Apresentar um programa de Governo, quando as tais eleições nem sequer estão marcadas, parece extemporâneo, num país em que uma elite cleptocrática domina, e tem dinheiro, para usar toda a espécie de truques sujos para usurpar as ideias dos outros. Portanto em devido tempo, o programa oficial será apresentado. Entretanto, aconselho ao teu colega independente, a consulta de um livrinho, de seu nome "A via da recuperação nacional de Angola: definição dos princípios e objectivos". É um bocado antigo é certo, foi publicado em 1984 pela UNITA, mas espantosamente tem sido usado em alguns dos meios académicos angolanos para discussões sobre o que se pode fazer.
Quanto ao que os homens da UNITA andam a fazer, as pessoas em Luanda e em Angola, (as que não são autistas) sabem. Por alguma razão a Rádio Despertar se tornou num ano a rádio mais ouvida de Luanda...
Uabalumuka
Emanuel Lopes
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