sexta-feira, julho 03, 2009

Memórias (recentes) sobre a Guiné-Bissau

Na Guiné-Bissau nenhum candidato, nenhum presidente acabou o seu mandato e em 15 anos o país já teve seis presidentes.

Da vida, ou da morte, na Guiné-Bissau são muito os episódios. Permitam-me que recorde o que então escrevi (12 de Julho de 2006) a propósito da VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) que decorreu em Bissau.

Para garantir o êxito do encontro das mais altas personalidades da Lusofonia, entre as quais estavam Cavaco Silva e José Sócrates, o Brasil montou na capital guineense um hospital de campanha capaz de responder a todas as necessidades, incluindo cirurgias, e a Líbia disponibilizou 10 limusinas, com motorista.

Durantes os dias da cimeira estiveram em Bissau mais de 400 pessoas ligadas às diferentes delegações dos "oito" (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné-Bissau), bem como da Guiné Equatorial, cujo país procurava o estatuto de observador associado da CPLP.

De acordo com o que disse então o secretário-executivo da CPLP, era importante que a Comunidade resolvesse a questão da circulação de cidadãos no espaço lusófono, embora reconheçendo que isso dependia da "vontade política" dos governos.

Luís Fonseca considerava que esse objectivo integrava o projecto de criação do estatuto de cidadão lusófono, uma ideia lançada por Portugal na II Cimeira da CPLP, na Cidade da Praia (Cabo Verde), que previa ainda o direito de votar e ser eleito nas autárquicas, acesso a funções públicas de carácter técnico e exercício de profissões liberais e o reconhecimento de diplomas académicos.

Relativamente à criação de uma força de paz, outra ambição da comunidade, o secretário-executivo dizia na altura (2006) que era "um dos projectos mais promissores no âmbito da CPLP".

Sem comentários: