sexta-feira, julho 10, 2009

Para África já e em força, diz Lula
(amigos, amigos, Brasil primeiro)

O Governo brasileiro está a incentivar os empresários a descobrir o mercado africano e quer superar nos próximos anos os dois grandes entraves nas relações comerciais com África - deficiência de transportes e ausência de bancos brasileiros no continente.

"Estes entraves devem-se ao desinteresse do Brasil, durante muitos anos, em relação a África e também à América Latina. Mas não acredito que tenhamos perdido ainda o comboio de África", disse à agência Lusa o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.

Na sua avaliação, estes problemas já teriam sido resolvidos se a aproximação do Brasil com África, iniciada no Governo Lula da Silva, tivesse ocorrido mais cedo.

"Espero que, no próximo ano, já possamos ter um movimento do Banco do Brasil em direcção aos países da África e também da América Latina", avançou Miguel Jorge.

Na América Latina, o grupo Santander, de Espanha, é hoje a instituição bancária líder e, em África, os empresários brasileiros precisam recorrer a bancos estrangeiros, principalmente portuguesas, para fazer as suas transacções.

"Há pelo menos 25 mil brasileiros somente em Angola, e temos apenas um escritório de representação do Banco do Brasil em Luanda. Não há uma agência sequer. É uma pena que os bancos brasileiros não se tenham preparado para ir para fora", lamentou o ministro.

As trocas comerciais entre o Brasil e o continente africano, que saltaram de 3.500 milhões de euros em 2002 para 18,4 mil milhões de euros em 2008, justificam também que as companhias aéreas brasileiras e o poder público estudem a implantação de voos ligando o país a África.

1 comentário:

Calcinhas de Luanda disse...

A ligação do Brasil a África e nomeadamente a Angola sempre foi mais intensa do que a de Portugal. O que aconteceu foi que enquanto colónia o comércio com África era essencialmente controlado pelas casas comerciais do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Estes empórios de então tinham filiais em Luanda e em Benguela e os laços comerciais e mesmo familiares eram muito estreitos. Lisboa era certa medida mais um parente distante. Coma independência do Brasil criou-se um afastamento forçado por Portugal mas que foi efectivamente idealizado pela Inglaterra que quis assim evitar um Mare Nostrum Angolano-Brasileiro. Basta ver que para que Portugal reconhecesse o Brasil como nação independente o Brasil renunciava a arrastar para a independência qualquer outra colónia (Entenda-se Angola). O Brasil foi a primeira nação a reconhecer a Angola independente e agora vai reatar a estratégia e aproximação que esteve suspensa por cerca de duzentos anos.
Lisboa..., Lisboa anda a dormir. Mas desde D. Manuel I que grosso modo é o que se tem passado.
Quem comandou a reconquista de Angola aos Holandeses? A mestiçagem brasileira. (Digo mestiçagem sem ironia, mas com muito, muito respeito).
Logo a história vai repetir-se e quem sabe se não será melhor assim?