sexta-feira, julho 03, 2009

A versão do ministro da força ocupante

António Bento Bembe, ex-chefe de uma facção da guerrilha, afirmou não existe violação dos direitos humanos em Cabinda. O que os dólares fazem a um homem.

Para Bento Bembe as informações relatadas nos relatórios de «certas organizações» que alegam a ocorrência de violações constantes de Direitos Humanos em Cabinda, principalmente contra os reclusos e condenados nas cadeias, «são falsas e infundadas». Certamente não há reclusos, se calhar nem há cadeias, portanto...

O ministro sem pasta do governo de Angola, país que ocupa militarmente Cabinda, disse que «essas pessoas que relatam estes factos falsos e desonestos querem aproveitar para passar as suas mensagens que nada agradam às populações e nós sentimos isso junto das comunidades quando falamos com elas».

«Visitamos as cadeias e falamos com os reclusos e eles disseram que têm merecido bom tratamento tanto pelos guardas prisionais como pelos responsáveis destas instituições e por isso, vimos que são falsas e irresponsáveis as informações que certas organizações estão a propagandear», assegura Bento Bembe no cumprimento do dever que lhe foi imposto em troca do cargo de ministro e consequentes mordomias..

Bento Bembe, nomeado pelo Governo angolano responsável para a observância e respeito do Direitos Humanos em Angola, tenta assim reagir às denúncias de organizações internacionais independentes sobre constantes de violações dos Direitos Humanos em Cabinda.


Tenta mas não chega lá. Ao querer ser mais papista do que o papa mostra quão frágil é a sua argumentação e a legitimidade da força ocupante de Cabinda.

As declarações deste ministro do MPLA, força que por sinal está no governo de Angola desde 1975, surgem após a Human Rights Watch (HRW) ter publicado, no dia 22 de Junho, um relatório de 29 páginas (ver «
Angola deve acabar com os abusospraticados pelos militares em Cabinda») onde reporta «um padrão preocupante de violações dos direitos humanos praticados pelas forças armadas angolanas e agentes dos serviços de inteligência.

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