A pianista Maria João Pires ter-se-á fartado "dos coices e pontapés que tem recebido do Governo português", segundo notícia divulgada pela Antena 2. Ferida por tantos coices, a pianista, que completa 65 anos no próximo dia 23, decidiu renunciar à nacionalidade portuguesa, optando por ficar só com a brasileira.
Cá para mim, se todos os portugueses que são vítimas “dos coices e pontapés” do seu governo decidissem mudar de nacionalidade, Portugal ficaria reduzido a trinta e tal por cento da população.
É que os únicos que não são vítimas “dos coices e pontapés” são os portugueses de primeira, ou seja, todos aqueles que pertencem ao actual PS.
Estando Portugal, ou pelo menos parte dele, de tanga, é provável que os pelo menos dois milhões de pobres que tem, e que os mais de 20% (vinte por cento, vinte em cada cem, uma em cada cinco) de crianças expostas ao risco de pobreza, pensem em fazer o mesmo que Maria João Pires, apesar de serem uma espécie de que ninguém fala.
Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, e porque a seguir à Hungria e à República Checa, Portugal é o país europeu onde as pensões são mais baixas, sendo precisos em média mais de 110 euros por pessoa para fazer face às despesas domésticas básicas, é provável que eles pensem em fazer o mesmo que Maria João Pires, apesar de serem uma espécie de que ninguém fala.
Num país em que vive um povo solitário (mais de meio milhão vive sozinho), ingénuo (ainda acreditam em José Sócrates), lixado e mal e pago (bem mais do que 500 mil desempregados), é provável que eles pensem em fazer o mesmo que Maria João Pires, apesar de serem uma espécie de que ninguém fala..
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