quarta-feira, julho 01, 2009

Militares a mais e guineenses a menos

As Forças Armadas da Guiné-Bissau têm que ter mais soldados e menos oficiais, para inverterem a "pirâmide desajustada", disse à Lusa o general espanhol Juan Verástegui, chefe da missão da UE de apoio à reforma do sector de segurança.

Como se vê, não faltam missões para todos os gosto e feitios, de todas as origens, para supostamente ajudarem a Guiné-Bissau. Aliás, ser um general espanhol a apoiar a reforma da segurança revela, só por si, a força da CPLP.

"As Forças Armadas da Guiné-Bissau necessitam de novos soldados, porque trata-se de uma estrutura invertida, que tem muito mais oficiais e sub-oficiais do que praças. Portanto, há que começar a trabalhar para inverter esta pirâmide numa pirâmide lógica, e o número de soldados tem que aumentar e o número de quadros de comando tem que diminuir", disse Verástegui.

Isso é que era bom. De qualquer modo, se calhar a solução passa por transformar todos os guineenses em militares... Parece que ninguém compreende que a Guiné-Bissau tem militares a mais e cidadãos a menos.

A missão da União Europeia para a reforma do sector de segurança da Guiné-Bissau, que integra peritos militares portugueses, espanhóis, franceses, italianos, alemães e outros (alguém se lembra que existe a CPLP?), foi lançada em Junho de 2008 e pretende criar um plano para a reforma dos sectores de defesa, segurança e justiça na Guiné-Bissau, produzindo nova legislação.

É isso mesmo. Foi criada há um ano e até agora sabe-se que pretende criar um plano. Aguardemos mais um ano para ver no que dá.

A missão tem um orçamento de 5,7 milhões de euros e no Outono será decidido o seu futuro, cenário que, contudo, não preocupa o general espanhol. Pois não preocupa. Os guineenses é que continuam lançados às feras.

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