Terá Deus paciência para tanto?

A propósito da crise no Zimbabué tenho escrito que, como disse várias vezes Robert Mugabe, só Deus o pode demitir. Tambem escrevi que, assim, Deus não tem tempo para acudir a todos os fogos. E não é que, agora, vem a governadora do Alaska e candidata derrotada à vice-presidência dos EUA dizer que está à espera de um sinal de Deus para decidir se é candidata à Casa Branca em 2012?

Numa entrevista à cadeia televisiva Fox News, a primeira desde que o "ticket" republicano perdeu as eleições norte-americanas, Sarah Palin assegurou, face a uma pergunta directa sobre as suas ambições presidenciais, que deixou a sua vida "sempre nas mãos do Criador".

"Se houver uma porta aberta em 2012 ou quatro anos depois e se isso for algo bom para mim, a minha família, o Estado e a nação, então entrarei por essa porta", afirmou, recordando ter apelado várias vezes a Deus: "se houver uma porta aberta para mim em alguma parte (...) não me deixes passar ao lado dela".

Palin (a tal que julgava que África era um país e não um continente) disse não estar segura do que 2012 lhe trará mas garantiu não estar disposta a fugir de futuras críticas, afirmando que a vida de um candidato "é como um livro aberto".

"Uma pessoa expõe-se a críticas e tem de estar preparada para elas. Por outras palavras, não se convertam em candidatos se não puderem aguentá-las", disse.

Durante a entrevista, Sarah Palin classificou de "irrelevante" a polémica em torno dos 150 mil dólares do Partido Republicano que gastou a renovar o seu guarda-roupa enquanto candidata à vice-presidência.

"Não pedi essa roupa. Não perguntei por ela. Teria sido muito feliz se tivesse podido levar a minha própria roupa desde o primeiro dia", disse, considerando que a polémica em torno do assunto foi desmesurada "tendo em conta o que está a acontecer no mundo agora mesmo".

Valha-nos Deus!