A União Africana (UA) descobriu a pólvora. Numa atitude que nem sequer é original (basta ver o que vai dizendo a ONU) defendeu hoje que a situação na Guiné-Conacri é "anticonstitucional" apesar de o governo guineense derrubado se ter apresentado valuntariamente amarrado à Junta Militar.
"A UA continua a acompanhar de perto o que se passa na Guiné", afirmou o comissário para a Paz e Segurança da organização, Ramtane Lamamra. E é sempre assim. Esas organizações acompanham sempre de perto mas, é claro, a uma distância que permira dar corda aos sapatos.
"Constatamos que o esquema constitucional não foi respeitado, não estando prevista na Constituição a entrega do poder a um membro das forças armadas", afirmou o alto responsável. Brilhante. Mas... nada a fazer, não é?
"Da mesma forma, a duração do período de transição está estipulado pela Constituição, sendo este de dois meses, e não de dois anos", adiantou Lamamra. Se a atitude é anticonstitucional, para quê chamar à ribalta a questão dos dois meses, dois anos, vinte anos?
"Todos estes elementos indicam que a Guiné se encontra num quadro anticonstitucional. São estes os elementos que o Conselho de Paz e de Segurança (CPS) da UA terá que examinar no encontro de segunda-feira" em Adis Abeba, Etiópia, sede da UA, disse.
E depois de analisar, a UA vai continuar a acompanhar de perto...
E depois de analisar, a UA vai continuar a acompanhar de perto...
"Mas podemos supor que a UA manterá a sua posição de rejeitar este esquema", avançou, recordando as "exigências da declaração de Lomé e dos actos constitutivos da" da UA.
A declaração de Lomé proíbe golpes de Estado em África, o mesmo sucedendo com os Actos constitutivos da UA, aprovados em 2001.
Isso de em África proibir golpes de Estado por decreto não lembraria nem ao menino Jesus. Está no entanto, consagrado, É mais ou menos como proibir que a seguir à noite venha o dia. Mas o que é que se há-de fazer?
Isso de em África proibir golpes de Estado por decreto não lembraria nem ao menino Jesus. Está no entanto, consagrado, É mais ou menos como proibir que a seguir à noite venha o dia. Mas o que é que se há-de fazer?
Na sequência de uma reunião do CPS, quarta-feira, a UA ameaçou os militares golpistas, na Guiné-Conacri, de avançar com sanções "firmes" se viesse a ser concretizado um golpe de Estado.
Mas como ele se concretizou, tanto quanto parece até agora, certamente que a UA vai rever a sua posição e considerar que são bestiais os que na véspera eram umas bestas.
Mas como ele se concretizou, tanto quanto parece até agora, certamente que a UA vai rever a sua posição e considerar que são bestiais os que na véspera eram umas bestas.
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