A crise que afecta o Zimbabué "devasta" o país a "uma velocidade alarmante" a ponto de cinco milhões de pessoas arriscarem precisar de ajuda alimentar, consideraram hoje cinco especialistas dos direitos humanos da ONU.
Porque raio todos teimam em dizer o que todos sabem e ninguém resolve, de uma vez por todas, o problema? Se é ponto assente que Robert Mugabe não é solução para o problema mas, isso sim, problema para a solução, quantas pessoas terão de morrer para alguém arredar o responsável do poleiro?
"A crise severa que afecta o Zimbabué devasta o país a uma velocidade alarmante", lamentaram os especialistas num comunicado, apelando ao governo e à comunidade internacional para "fazerem mais para reconstruir o sistema de saúde, acabar com a epidemia de cólera e assegurar comida para toda a população".
Ou seja, o mundo vai cantando e rindo e, nos intervalos, lança uns apelos que ninguém ouve, quase ao estilo de quem toma umas hóstias para estar de bem com Deus e com o Diabo.
"Não existe suficiente comida, a nível nacional ou nas casas. Calculamos em 5,5 milhões o número de pessoas que poderá precisar de assistência alimentar", declarou preocupado o relator especial da ONU para o direito a comer, Olivier de Schutter.
Direito a quê? Esse é um direito muito rado em África, não só no Zimbabué, convém não esquecer, convém ir lembrando, por muito que isso custe quer aos fabricantes de hóstias quer aos seus consumidores.
"Os alimentos e a produção agrícola baixaram drasticamente", explicou Schutter. O Zimbabué era há uns anos considerado o celeiro de África.
A ameaça alimentar insere-se num contexto de crise económica e política após a derrota do regime do presidente Robert Mugabe nas eleições legislativas de 29 de Março. O país enfrenta ainda uma epidemia de cólera "sem precedentes", segundo a ONU, que causou mais de 1.123 mortos e deixou cerca de 21.000 pessoas doentes desde Agosto.
A epidemia ilustra o estado de ruína do país. O sistema de saúde, outrora satisfatório, "está totalmente destruído", contribuindo para a propagação da cólera, explicaram ainda os especialistas da ONU.
Os hospitais fecharam, o pessoal que não é pago não trabalha há meses. O país não consegue "controlar" a epidemia, "com um aumento diário do número de mortos", assinalou também o relator especial da ONU para o direito à saúde, Anand Grover.
Os especialistas temem que a situação se transforme numa "catástrofe" com o início da estação das chuvas.
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