São cada vez mais os que pedem a rápida demissão do presidente do Zimbabué, Robert Mugabe. Ao apelo para que se use a força feito por Desmond Tutu, prémio Nobel da Paz, juntou-se a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice.
"O Zimbabué é um Estado soberano e não pode receber ordens do secretário de Estado de um outro país, seja qual for a sua dimensão", respondeu o ministro da Informação, Sikhanyiso Ndlovu, acrescentando que "os zimbabueanos são os únicos a poder dizer a Mugabe para partir através das vias constitucionais", adiantou.
Um violento ataque contra Mugabe foi feito pelo arcebispo anglicano Desmond Tutu para quem, "entre outros crimes", o presidente do Zimbabué "destruiu um país lindo que até foi um celeiro da região".
Sobre a forma de destituir Mugabe, Tutu disse: "Sim, pela força. Se lhe disserem 'demita-se' e ele se recusar a fazê-lo, deveriam afastá-lo militarmente".
"É tempo de Robert Mugabe partir. Penso que isso é a partir de agora uma evidência", afirmou Rice, qualificando de "farsa" as negociações sobre o acordo de partilha do poder com a Oposição, depois de uma "eleição simulada".
Dando o exemplo da assustadora epidemia de cólera, a maior da história segundo a ONU, Rice afirmou que "se isto não é prova para a comunidade internacional defender o que é correcto, a saída de Mugabe, não sei o que será", acrescentando que "as nações da região têm de o fazer".
Mais de quatro milhões de pessoas fugiram do país, enquanto Mugabe (que perdeu as eleições presidenciais de 29 de Março) e o líder do MDC, Morgan Tsvangirai, continuam a divergir sobre a constituição de um governo de unidade nacional, como forma de legitimar o poder no país.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1054897
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