quarta-feira, dezembro 10, 2008

Droga? Onde? Na Guiné-Bissau?

A fazer fé na ministra da Justiça da Guiné-Bissau, Carmelita Pires, nos "últimos tempos" ninguém foi condenado por tráfico de drogas no país, considerado uma "placa giratória" da entrada de cocaína na Europa. Por isso, podemos todos dormir descansados.

"Nós não temos conhecimento de uma sentença no sentido de alguém que tenha sido condenado nos últimos tempos por tráfico ilícito de estupefacientes", afirmou Carmelita Pires à Lusa, a uma semana de se completar um ano sobre a Conferência Internacional sobre Narcotráfico na Guiné-Bissau, realizada em Lisboa a 19 de Dezembro de 2007.

A Guiné-Bissau tem sido referenciada como "placa giratória" da entrada de cocaína, proveniente da América do Sul, na Europa. Mas, pelos vistos, são referências injustas, não é senhora ministra?

Na entrevista, Carmelita Pires, que sairá do cargo quando for nomeado o novo Governo resultante das legislativas de 16 de Novembro, disse também que aguarda decisões sobre os processos mais mediáticos relacionados com o tráfico de droga.

"Na semana passada, e atendendo à iminência de deixar este posto, interpelámos a Procuradoria-Geral da República sobre duas questões que fizeram parte desse dossier", afirmou Carmelita Pires, lembrando que a primeira está relacionada com a droga desaparecida do Tesouro Público e a segunda sobre o ataque às instalações da Polícia Judiciária (PJ) e o assassínio de um agente daquela força.

"Na qualidade que tivemos de presidir à comissão inter-ministerial para saber da droga desaparecida do Tesouro Público julgamos que já é momento de termos alguma decisão, qualquer que seja, de arquivamento ou não", disse.

"Também questionámos sobre a invasão das instalações da PJ e do assassínio de um agente daquela força e gostaríamos de saber qual é o desfecho e resultados conseguidos, até ao momento, sobre esses dois processos", sublinhou a ministra da Justiça guineense.

Em relação ao processo dos aviões apreendidos em Julho passado por suspeita de envolvimento em tráfico de droga, a ministra explicou que "gostaria também que o processo decorresse de forma mais célere do que temos constatado".

Sem comentários: